Supercomputadores de IA podem consumir energia como usinas nucleares até 2030

Supercomputadores de IA estão se tornando gigantes em termos de custo e consumo de energia. Um estudo conduzido por pesquisadores de Georgetown, Epoch AI e Rand indica que, até 2030, um único sistema poderá custar cerca de 185 bilhões de euros e consumir energia equivalente à produção combinada de nove reatores nucleares.

Essa evolução reflete o impacto direto da corrida global pela construção de sistemas de IA cada vez mais potentes, levantando preocupações sobre a sustentabilidade da infraestrutura tecnológica.

Escalada de custos e consumo

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O relatório aponta que a construção de supercomputadores de IA com dois milhões de chips se tornará economicamente viável nesta década. Além dos custos bilionários, o consumo previsto seria suficiente para abastecer entre 7 e 9 milhões de residências, superando em muito a capacidade atual dos principais data centers.

Embora as tecnologias de eficiência energética tenham melhorado, a demanda computacional desses sistemas continua crescendo a um ritmo que dobra a capacidade de contenção de consumo.

Impacto dos supercomputadores de IA no consumo de energia

Supercomputadores de IA

Hoje, o Colossus, supercomputador desenvolvido pela xAI, lidera o setor. Construído em apenas 214 dias com um investimento de 6,5 bilhões de euros, o Colossus opera com 200 mil chips de IA e consome cerca de 300 megawatts de eletricidade — energia suficiente para alimentar aproximadamente 250 mil residências.

O avanço desses supercomputadores representa não apenas um salto em capacidade de processamento, mas também um desafio crescente em termos de impacto ambiental.

Empresas privadas lideram a corrida

O estudo também revela que o setor privado ampliou sua presença nos supercomputadores de IA. Em 2019, apenas 40% da capacidade global era de empresas privadas. Em 2025, esse número chegou a 80%, impulsionado por investimentos maciços de gigantes como OpenAI e NVIDIA.

Projetos como o Stargate da OpenAI, avaliado em 460 bilhões de euros, demonstram a escala do novo cenário, onde os supercomputadores de IA se tornam peças centrais da nova infraestrutura digital.

Estados Unidos dominam o cenário global

Atualmente, os Estados Unidos concentram cerca de 75% da capacidade global de supercomputadores de IA. A China aparece em segundo lugar, com 15%, enquanto países tradicionalmente fortes em supercomputação, como Japão e Alemanha, possuem participação mais modesta.

A expansão dos supercomputadores de IA é global, mas a capacidade de acesso remoto aos data centers torna a localização física menos relevante para muitas aplicações.

Riscos de desaceleração no mercado

Apesar do crescimento impressionante, analistas da Cowen apontaram no início de 2025 sinais de um possível resfriamento no setor de supercomputadores de IA. Empresas como AWS e Microsoft reduziram ou reavaliaram projetos de expansão, indicando uma possível fase de ajustes estratégicos.

Ainda é cedo para determinar se se trata apenas de uma pausa ou de uma mudança mais profunda. No entanto, o papel dos supercomputadores de IA como motores da transformação tecnológica parece consolidado.

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