Entrada de estrangeiro em ações recua em março, mas fluxo recente anima analista

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 2,710 bilhões no mês de março, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Apesar do resultado negativo, o volume foi menor que o registrado em igual mês de 2024, quando o saldo havia sido negativo em US$ 3,420 bilhões. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o saldo também é negativo, em US$ 66 milhões.

Por outro lado, os fundos de investimento no Brasil continuaram a receber aportes estrangeiros. Em março, o saldo foi positivo em US$ 1,771 bilhão, avanço significativo frente aos US$ 118 milhões de março do ano passado. Com isso, o resultado do primeiro trimestre foi um saldo positivo de US$ 1,811 bilhão.

No mercado de títulos de renda fixa negociados no país, o cenário foi de saída de capital. O saldo em março ficou negativo em US$ 841 milhões, revertendo o quadro positivo de US$ 3,230 bilhões registrado em março de 2024. No acumulado do primeiro trimestre, as saídas somam US$ 3,163 bilhões.

Os números refletem um ambiente de cautela dos investidores estrangeiros em relação ao mercado brasileiro, em um contexto de incertezas fiscais internas e volatilidade no cenário internacional, principalmente diante das perspectivas de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos.

Entrada de estrangeiro nos últimos dias: Brasil é oportunidade?

Segundo João Luiz Braga, analista generalista da Encore, apesar da venda inicial de ações brasileiras pelos estrangeiros após o anúncio das tarifas, o movimento se reverteu rapidamente. Nos últimos sete dias, houve uma entrada significativa de quase R$ 10 bilhões em Bolsa Brasil.

Para Braga, a perspectiva é de continuidade do fluxo positivo de estrangeiros para o mercado brasileiro, impulsionado não apenas por fatores internos, mas principalmente por uma conjuntura global. Ele explica que, com a elevada concentração de investimentos nos Estados Unidos nos últimos anos e os valuations já considerados excessivamente altos, investidores globais começaram a buscar alternativas fora do mercado americano.

Nesse contexto, o Brasil se beneficia por estar concluindo seu ciclo de alta de juros, ter uma economia relativamente estável e se manter afastado das tensões comerciais globais. “Qualquer pequeno fluxo vindo dos Estados Unidos para o Brasil faz muita diferença nos preços, dada a baixa liquidez atual“, afirmou o analista, ressaltando seu otimismo para o mercado.

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