Mombak levanta US$ 30 milhões e se vê em fase de “scale-up”

A Mombak – uma startup especializada em créditos de carbono a partir do reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia – acaba de levantar uma rodada de US$ 30 milhões.

A Série A foi liderada pelo fundo Union Square Ventures, com participação de Kaszek Ventures, AXA IM Alts e Bain Capital, que já tinham participação no equity da Mombak. Além deles, Lowercarbon Capital e a Copa Investimentos passaram a fazer parte do quadro de investidores após o aporte.

O co-fundador e CFO da Mombak, Gabriel Haddad Silva, disse ao Brazil Journal que o investimento foi uma comprovação da tese de reflorestamento para remoção de carbono e originação de créditos adotada pela Mombak.

“Resolvemos fazer essa captação porque entendemos que estamos saindo de uma fase de startup para uma fase de scale-up,” disse Gabriel.Gabriel haddad

Antes dessa rodada, a Mombak havia feito uma rodada seed em 2021 e outras menores para atrair novos investidores. 

No entanto, a empresa já havia captado US$ 120 milhões em equity para um fundo voltado para compra de terras. Além desse valor, a Mombak também levantou dívidas de US$ 36 milhões e R$ 100 milhões com o Banco Mundial e o BNDES, respectivamente, para o mesmo fim.

Segundo Gabriel, o valor da atual rodada será para custear o crescimento da operação da Mombak. A empresa dobrou o número de funcionários no último ano, chegando a 50.

O executivo disse que a necessidade de mais contratações se deu pela quantidade de terras e projetos que a Mombak vem analisando.

“Para cada projeto que entra, analisamos dezenas e até centenas de oportunidades. Para isso, precisamos de um time muito qualificado e experiente para que essa análise e diligência sejam bem feita, além de termos pessoas para acompanhar os projetos em andamento,” disse Gabriel.

Fundada em 2021 por Gabriel, um ex-CFO do Nubank,  e Peter Fernandez, ex-CEO da 99, a Mombak tem atualmente tem 20 mil hectares sob gestão no estado do Pará, seja de terras compradas ou de arrendadas de fazendeiros. 

O executivo disse que praticamente todo o dinheiro levantado para compra de terras já foi utilizado, mas que a Mombak já está próxima de anunciar a captação de um segundo fundo que “deve ficar acima dos US$ 120 milhões”. 

Mas ele admite que a situação no curto prazo está mais desafiadora para o mercado de créditos de carbono – e mesmo com a regulamentação do mercado de créditos de carbono no Brasil.

Esse desafio tem nome e sobrenome: Donald Trump. Desde que voltou à presidência, Trump tem freado ações corporativas para metas de redução de emissões e vem estimulando a exploração de combustíveis fósseis – o que tem atrapalhado o desenvolvimento desse mercado. 

peter fernandez“Uma empresa que deseja começar do zero agora vai ter muito mais problemas, mas uma vantagem competitiva nossa é o acesso ao capital,” disse. 

Segundo Gabriel, os investidores da Mombak estão com uma visão de longo prazo. “Nosso projeto tem uma visão para 50 anos, ou até 10 anos. Estamos pensando em mudanças estruturais no Brasil e no mundo,” disse.

Apesar dos desafios no curto prazo, Gabriel vê uma demanda ainda forte por créditos de carbono por grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Google e Meta. Segundo ele, essas empresas têm buscado créditos de carbono de alta qualidade.

“A demanda é muito superior à oferta, com esses compradores priorizando acesso e qualidade ao preço,” disse. 

A Mombak deve anunciar em breve novos contratos de venda de crédito de carbono – desde o seu início a empresa já vendeu créditos para empresas como Microsoft e McLaren. 

A startup se comprometeu a entregar os primeiros créditos de carbono para essas empresas em 2028, mas Gabriel está otimista para antecipar esse prazo.

“Eu acho que vamos ter boas surpresas em relação à velocidade de certificação,” disse. 

Gustavo também disse que a Mombak está de olho nas concessões florestais que estão sendo planejadas pelo poder Executivo. 

A primeira ocorreu no fim de março, quando o governo do Pará concedeu a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. O leilão foi vencido pelo Consórcio Systemica e TDX.

Segundo Gustavo, a Mombak não participou do leilão por não ter visto a área como estratégica.

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