Relatório do BC aponta cenário externo desafiador e piora na percepção do mercado sobre riscos das contas públicas

Apesar disso, o BC avalia no Relatório de Estabilidade Financeira do do segundo semestre de 2024 que não há risco relevante para a estabilidade financeira no país. Documento aponta que a rentabilidade do sistema financeiro segue melhorando. O Banco Central avaliou nesta terça-feira (29) que o ambiente externo permanece desafiador em razão da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos da América (EUA), principalmente pela incerteza acerca da sua política comercial e de seus efeitos.
“Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração e da desinflação e, consequentemente, sobre o crescimento nos demais países”, avaliou a instituição.
A avaliação consta no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre do ano passado, que também aponta para uma piora na percepção do mercado financeiro sobre o chamado “risco fiscal”, ou seja, relativo às contas públicas.
“Os riscos fiscais aparecem como o mais importante, reflexo principalmente de preocupações com a sustentabilidade da dívida pública. As instituições pesquisadas demonstram também preocupação com a possibilidade de desaceleração acentuada da economia e de aumento da inadimplência, em um cenário de elevado endividamento de famílias e empresas”, acrescentou o Banco Central.
Apesar da piora do cenário externo e das preocupações sobre as contas públicas, o BC considera, no documento, que não há risco relevante para a estabilidade financeira. Segundo a instituição, o sistema financeiro permanece com “capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperada”.
“A rentabilidade do sistema financeiro nacional segue melhorando, mas condições financeiras restritivas podem limitar avanços em 2025. A melhora é explicada principalmente pelo aumento do resultado de juros com operações de crédito e pelo recuo da materialização de risco, que contribui para reduzir o custo com provisões [recursos separados para enfrentar eventuais perdas]”, informou o Banco Central.
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