Adolescência, IA e regulação

Leia artigo do Acadêmico Virgílio Almeida* e Francisco Gaetani**, publicado no Valor Econômico em :

No primeiro trimestre de 2025, uma série da Netflix chamou a atenção do público.  A série britânica “Adolescência” aborda como os algoritmos ampliam as interações no mundo digital, criando uma realidade que muitos adultos não acessam ou compreendem. Na série Adolescência, Jamie, um garoto de 13 anos, é influenciado por grupos misóginos online e sofre cyberbullying por ser considerado um “incel” (celibatário involuntário). Ele acaba sendo acusado de assassinar sua colega de classe, Katie. A vivência de crianças e adolescentes no contexto online despertou um interesse curioso e apreensivo da sociedade, que produziu um senso de urgência de conversar. Uma pergunta natural que surge, em meio a tantas outras, é: “O que o drama do adolescente tem a ver com Inteligência Artificial?” Absolutamente tudo!

No dia 2 de abril, o Washington Post publicou uma matéria com o título: “Lawmakers seek to regulate AI bots that cultivate relationships with children” (“Legisladores buscam regulamentar bots de IA que constroem relações com crianças”). Talvez, ao começarmos por discutir a IA a partir do universo infantil, consigamos abrir espaço para enfrentar os desafios que ela impõe também ao mundo adulto. A reportagem termina citando um princípio já presente em debates globais: o uso de um aviso claro (disclaimer) informando que, do outro lado da interação, está uma inteligência artificial, isto é, algoritmos. Quem sabe, ao criarmos regras para proteger as crianças, os adultos também passem a adotar essas normas como referência para si mesmos.

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*Virgilio Almeida é professor associado ao Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, professor emérito da UFMG e ex-secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. É diretor da Academia Brasileira de Ciências. 

**Francisco Gaetani é professor da EBAPE/FGV e Secretário Extraordinário para a Transformação do Estado, do Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Leia o artigo na íntegra no Valor Econômico

 

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