Dataprev e Drumwave unem forças para monetizar dados dos brasileiros

Representantes da Drumwave e Dataprev em coletiva de imprensa no Web Summit Rio 2025
Brittany Kaiser, conselheira da Drumwave e presidente da Own Your Data Foundation, Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev, e Gustavo Franco, ex-titular do Banco Central (Foto: Divulgação/Web Summit Rio 2025)

Em sua proposta de ajudar consumidores a transformar seus dados pessoais em oportunidades de monetização a partir de tecnologia, a Drumwave acaba de ganhar um parceiro de peso. Durante o Web Summit Rio, a Dataprev anunciou ao lado da empresa de André Vellozo a criação de um projeto que permitirá aos cidadãos brasileiros compartilhar e monetizar dados pessoais.

Em coletiva durante o evento, o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, e a conselheira da Drumwave e presidente da Own Your Data Foundation Brittany Kaiser, juntamente com o ex-titular do Banco Central, Gustavo Franco, deram mais detalhes sobre o projeto-piloto, que ainda não tem uma data definida para iniciar.

No projeto, brasileiros com contratos empréstimo consignado serão consultados para autorizar a compilação e venda das informações referentes a estas operações. Com a tecnologia da Drumwave, o plano é criar um sistema onde cidadãos podem criar uma “conta digital de dados”, e a monetização será baseada na tecnologia de carteira digital da Drumwave – a dWallet.

Segundo Rodrigo Assumpção, a escolha pelos contratos de consignado são uma escolha estratégica para o piloto, pois são uma fonte rica de informações e que já possuem os mecanismos para serem tratados e compartilhados, dentro do que prevê o open finance.

“Esses contrato serão certificados para aqueles que os autorizarem. Esse dados das pessoas que autorizaram serão compilados, comercializados e compartilhados de forma autônoma, machine to machine”, explica Rodrigo. Segundo o executivo, atualmente a Dataprev intermedia mais de 60 milhões de contratos empréstimo consignado.

O presidente da Dataprev também falou sobre como essa iniciatva pode ser decisiva à medida que mais sistemas financeiros passem a utilizar inteligência artificial para analisar dados. “Esse piloto é uma forma de preparar o terreno para um futuro regulado, onde a monetização dos dados possa ser feita de maneira estruturada”.

A participação da Drumwave

Ainda na parte de segurança, Rodrigo Assumpção confirmou a participação da Drumwave no projeto, mas garantiu que a startup ficará apenas na camada das contas e carteiras digitais de dados, sem ter acesso direto às informações da Dataprev.

“A DrumWave entra como parceira no projeto assim como temos inúmeros outros contratos com empresas privadas. Usamos a nuvem da Huawei, o banco de dados da Oracle, mas os dados ficam na nossa base. Vamos manter o mesmo nível de segurança em relação aos dados”, frisou o executivo, que quando foi perguntado sobre o recente problema de vazamento de dados de 39 milhões de brasileiros do sistema CAT do INSS, preferiu não comentar.

Voltando ao tema da coletiva, Brittany Kaiser frisou que o projeto com a Dataprev tem o potencial de ser um marco para mostrar o valor dos dados de outra forma, colocando-o nas mãos dos usuários. “Vai muito além da escolha de compartilhá-los, e sim de mostrar de fatos quem os detém”, pontua.

“Com isso, a discussão sobre quem detém os dados se torna uma discussão não apenas de privacidade, mas econômica. Estamos falando do valor do dado”, completou Gustavo Franco. Segundo ele, o projeto pode contribuir para o crescimento do open finance e na criação de melhores produtos financeiros, especialmente no crédito.

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