Após Câmara aprovar reajuste salarial, assembleia de servidores municipais vota pela continuidade da greve


Servidores reivindicavam 44% e Câmara aprovou 2,60% em maio deste ano e 2,55%, em maio de 2026. Grevistas também tentam uma negociação que garanta o salário correspondente aos dias em que ficaram parados. Após derrota sobre reajuste salarial, servidores e professores votam em assembleia pela co
Após a Câmara Municipal aprovar o reajuste salarial para os servidores nesta terça-feira (29), sindicatos e entidades decidiram, em assembleia, seguir com a greve.
Os servidores reuniram-se em frente à Prefeitura de São Paulo para discutir os próximos passos. A manifestação contou com a presença de sindicatos e entidades representativas. Além do reajuste, entre as pautas do ato estavam a negociação para o pagamento dos dias parados durante a greve, além da reivindicação por melhores condições de trabalho e saúde no funcionalismo público.
🗣️ Os servidores reivindicavam:
Reajuste salarial de 44% para os profissionais de educação;
Incorporação dos abonos complementares de piso de 31,77%, 3% e 5,67%, concedidos entre 2021 e 2024;
Revogação do confisco previdenciário;
Redução da alíquota previdenciária de 14% para 11%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, variou 5,65% entre março de 2024 e março de 2025.
Reajuste aprovado
O Projeto de Lei 416/2025, que trata do reajuste salarial dos servidores municipais, foi aprovado com 34 votos favoráveis e 17 contrários. Não houve abstenções.
O texto prevê que o reajuste será feito em duas parcelas:
2,60% a partir de maio de 2025
2,55% a partir de maio de 2026
O índice, no entanto, não acompanha a inflação prevista para os próximos anos.
A proposta agora segue para sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que está em viagem à Ásia.
Greve afeta escolas da rede municipal
A paralisação iniciada no dia 14 de abril continua afetando o funcionamento de parte da rede municipal de ensino. Em algumas escolas, os alunos estão sem aulas regulares há mais de duas semanas.
Adriana Alves, mãe de uma aluna de 12 anos da EMEF Theodomiro Monteiro do Amaral, no Capão Redondo, conta que a filha está sem aula desde o início da greve.
“Ela está sem aulas regulares há três semanas. O último dia de aula foi 14 de abril, mas na semana anterior só teve dois dias de aula”, afirma.
Segundo Adriana, a escola atende estudantes do 1º ao 9º ano, mas atualmente apenas as turmas do 1º e 2º anos estão tendo aulas.
Outra mãe, Mariana Leopoldino, relata que sua filha de 5 anos, aluna da rede municipal, também não teve aula nesta terça-feira (29).
“Os professores fizeram nova paralisação por melhorias que ainda não aconteceram. Eles nem avisaram com antecedência, como de costume”, disse.
Ela afirma que, assim como outras famílias, tem enfrentado dificuldades para conciliar a rotina com a falta de previsibilidade nas aulas.
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Apesar dos transtornos, Mariana reconhece a legitimidade da paralisação feita pelos professores e apoia a classe.
“Não invalido a questão dos professores, dos funcionários públicos estarem se movimentando, porque é necessário. No meu caso, eu ainda tenho a possibilidade de ficar com a minha filha no trabalho, mas há colegas, outras mães, que infelizmente não têm a mesma disponibilidade.”
Segundo Mariana, na manhã desta quarta-feira (30) as aulas voltaram normalmente.
Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (SMS ) informou que, no dia 29, 1,1% das unidades educacionais não tiveram atendimento.” Ou seja, cerca de 18 escolas não atenderam os alunos”.
Além disso, a secretaria afirmou que os estudantes sem aulas terão o conteúdo reposto.
Saúde
Também há trabalhadores da Saúde protestando. A categoria tem reivindicado por concursos para a contratação de novos médicos, que não sejam terceirizados, no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).
Segundo o sindicato, há uma substituição de profissionais experientes por médicos e trabalhadores da enfermagem sem concurso, sem especialização e com pouca experiência. Eles se opõem à privatização do serviço público.
Ato de funcionários municipais em frente à Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (29).
Bervelin Albuquerque/g1
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