Cientistas Criam Robô Líquido que muda de forma como no Exterminador do Futuro

Cientistas Criam Robô Líquido que muda de forma como no Exterminador do FuturoCientistas Criam Robô Líquido que muda de forma como no Exterminador do Futuro

No longa-metragem ‘O Exterminador do Futuro 2’, existe um personagem robótico vilão chamado T-1000, capaz de se transformar em qualquer coisa, atravessar grades e até se regenerar após ser perfurado. Lembra disso? Pois acredita que os cientistas da Coreia do Sul desenvolveram algo semelhante? Trata-se de um tipo de robô composto por nanorobôs que se alteram entre os estados sólido e líquido, podendo ser maleável, atravessar obstáculos e até se dividir, mantendo sua funcionalidade e resistência. Essa pesquisa foi divulgada na renomada revista Science Advances.

Segundo os pesquisadores, a inspiração para a criação teria vindo do gálio, um metal que derrete a baixas temperaturas, mas mantém propriedades como condutividade e durabilidade quando solidificado. No artigo a seguir, do Engenharia 360, vamos explorar todas as suas possibilidades de aplicação, desde a medicina até a exploração de terrenos acidentados e zonas de desastre. Confira!

Robô Líquido que muda de forma
Imagem de Science Advances reproduzida via Metrópoles

A história por trás da inovação

Os cientistas sul-coreanos estavam tentando encapsular uma gota esférica com partículas hidrofóbicas, como nas chamadas bolinhas de gude líquidas. Então, meio que de forma inesperada, eles perceberam certa instabilidade e fragilidade no experimento. Assim sendo, teve-se a ideia de revestir um cubo de gelo com as partículas e depois derretê-lo, o que resultou em uma estrutura muito mais estável e resistente, mantendo a coesão mesmo em estado líquido.

E foi desse jeito que nasceu o novo robô líquido, capaz de resistir a quedas e compressões externas, além de realizar movimentos complexos, recuperando a forma original como uma gota perfeita.

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O funcionamento do novo robô líquido

Assim como explicamos anteriormente, esse novo robô líquido é composto de vários nanorobôs revestidos com partículas hidrofóbicas, ou seja, repelentes à água e extremamente densas, apresentando uma estrutura híbrida que suporta várias condições específicas. Inclusive, vale dizer que o seu núcleo é formado por água congelada. E que tal revestimento é feito de PTFE, que significa politetrafluoretileno, popularmente conhecido como teflon.

Durante os testes, protótipos desse robô demonstraram habilidades impressionantes. Sua superfície se manteve estável e resistente, mesmo quando o gelo derreteu. Os pequenos robôs puderam realizar movimentos autônomos, atravessando superfícies sólidas e líquidas usando ultrassom para ajustar a velocidade. E em determinado momento puderam suportar impactos de até 60 cm de altura, recuperando a sua forma original rapidamente. Aliás, essa alteração de forma foi meio que espontânea, sugerindo reações a estímulos ambientais ainda não compreendidas.

Robô Líquido que muda de forma
Robô líquido atravessa grade de metal e engole substância desconhecida – Imagem Hyobin Jeon et al, Science Advances, reproduzida de Olhar Digital

Aplicações promissoras na medicina e engenharia

Antes de tudo, vale dizer que tal flexibilidade biomimética desse novo robô líquido representa um avanço impressionante da engenharia. Seria uma superação das limitações dos robôs tradicionais, geralmente rígidos, permitindo que possam ser realizadas tarefas antes impossíveis para máquinas convencionais. Imagine um robô se movendo em espaços minúsculos e controlando a sua velocidade. Uma ideia dos cientistas é que ele possa ser utilizado para administrar medicamentos de forma precisa e muito bem direcionada dentro dos corpos humanos, realizando intervenções terapêuticas minimamente invasivas e até ajudando em cirurgias complexas.

Já pensando no mundo das engenharias, cogita-se que esse novo robô possa ser usado para exploração de áreas de difícil acesso em zonas de desastre, acessando áreas onde humanos e máquinas tradicionais ainda não conseguem operar. Podemos considerar a ideia de um enxame desses robôs trabalhando em conjunto para remover obstáculos químicos, realizar limpeza precisa e distribuir nutrientes em solos contaminados, atuando na recuperação ambiental e segurança em operações de resgate. As possibilidades são praticamente infinitas!

Alguns estudiosos consideram que os robôs líquidos podem atuar inclusive na construção de estruturas automontáveis em missões espaciais, onde a leveza e a adaptabilidade são críticas. Afinal, operar em vácuo ou sob pressão é algo essencial para exploração lunar, ou marciana, não é mesmo?

Os desafios e perspectivas para o futuro da tecnologia

Apesar de todos os avanços científicos, o robô líquido ainda está em fase de pesquisa e aprimoramento. Os pesquisadores precisam investigar mais sobre como se pode controlar a forma e o movimento dos robôs. Por hora, o ultrassom parece a melhor alternativa, mas é possível que possam ser utilizados métodos mais sofisticados, como ondas sonoras e campos elétricos, para moldar os dispositivos à vontade. Também não se sabe muito bem qual a garantia de confiabilidade dessa tecnologia em ambientes reais e variados. O foco é trabalhar mais essa questão da miniaturização e diversificação dos materiais empregados.

Em breve, podemos ver esses robôs em sistemas inteligentes adaptados a ambientes complexos e realizando múltiplas funções simultaneamente, operando em alta eficiência em locais antes inacessíveis. O professor Ho-Young Kim, coautor do estudo, revela que o próximo passo é integrar sensores e sistemas de comunicação para operações autônomas. E é provável que o projeto possa inspirar novas abordagens para o design de sistemas robóticos, aproximando-os da complexidade da versatilidade dos organismos vivos. Isso tende a revolucionar a engenharia mecânica, a ciência de materiais, a biotecnologia e a robótica de modo geral.

Robô Líquido que muda de forma
Imagem reproduzida via Folha de Pernambuco

Fontes: Metropoles, Olhar Digital.

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