Dados semanal favoráveis e abertura de diálogo entre China e EUA animam o mercado

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A semana que se encerrou nesta sexta-feira (3) foi marcada pela divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), que veio acima das expectativas, sinalizando resiliência no mercado de trabalho americano. Com a expectativa de estímulos na China, balanços mistos no setor de tecnologia e o petróleo em queda, os investidores mantiveram uma postura construtiva, ainda que seletiva. No Brasil, o Ibovespa seguiu operando em patamar elevado, mas a falta de tração em torno das pautas fiscais impediu o rompimento dos 140 mil pontos, limite técnico e simbólico observado por parte do mercado.

Na terça-feira, o relatório JOLTS, que mede a abertura de vagas de emprego, já havia vindo abaixo das expectativas. No dia seguinte, o ADP (empregos no setor privado) seguiu na mesma linha. Esses números anteciparam o tom do payroll e contribuíram para que investidores aumentassem sua exposição a ativos de risco.

O investidor passou a acreditar que o Banco Central americano pode até antecipar e ampliar o corte de juros no atual ciclo de ajuste monetário”, afirmou Marco Prado, operador de mercado e apresentador do Pré-Market, da BM&C News.

Balanços mistos no setor de tecnologia, mas com leitura otimista

No âmbito corporativo, os balanços das principais empresas de tecnologia também influenciaram os mercados. Microsoft e Meta surpreenderam positivamente. Já Apple e Amazon apresentaram resultados abaixo das expectativas, mas mesmo assim o setor teve desempenho robusto ao longo da semana.

Segundo Prado, o setor de tecnologia tem se beneficiado diretamente da perspectiva de juros mais baixos, já que essas empresas tendem a ter maior dependência de crédito para expansão e inovação. O movimento também ajudou a impulsionar o Bitcoin, que se aproximou da marca simbólica de US$ 100 mil.

A correlação entre tecnologia, expectativa de corte de juros e ativos digitais ficou evidente. Mesmo com a decepção em alguns resultados, o setor andou forte”, destacou o operador.

China reabre com expectativa de estímulo e melhora na relação com os EUA

Outro fator importante no cenário internacional foi a China, que permaneceu fechada nas sessões de quinta e sexta-feira por conta de feriados locais. A reabertura marcada para segunda-feira (6) é acompanhada por uma expectativa de novos estímulos do governo para sustentar a meta de crescimento do PIB acima de 5% em 2025.

Os indicadores que estão saindo mostram alguma fragilidade, reflexo ainda do prolongamento da guerra comercial. Mas com um cenário mais claro, o investidor volta a buscar risco. A China deve colaborar com medidas de estímulo para retomar o fôlego da economia”, explicou Prado.

Além disso, Pequim sinalizou disposição para retomar negociações com os Estados Unidos, o que, mesmo que já esteja parcialmente precificado, foi recebido como um sinal positivo.

Petróleo recua com perspectiva de aumento na produção da Opep

O preço do petróleo seguiu em trajetória de queda ao longo da semana. A expectativa de aumento na produção por parte da Opep pressionou o valor do barril, com o Brent sendo negociado próximo de US$ 60 a US$ 61. A queda acumulada nos últimos dias reflete tanto o impacto da guerra comercial quanto o excesso de oferta.

Mesmo com o ambiente de risco mais favorável, o petróleo não conseguiu se recuperar. Isso tem reflexo importante sobre mercados emergentes, principalmente os exportadores de commodities”, afirmou Marco Prado.

Brasil em alta, mas sem força para romper os 140 mil pontos

No Brasil, o Ibovespa permaneceu operando em patamar elevado, impulsionado pelo cenário externo mais favorável e pelo recuo do dólar — que ficou abaixo de R$ 5,70. No entanto, o índice não conseguiu ultrapassar com consistência a faixa dos 140 mil pontos, considerada por muitos operadores como um marco psicológico importante.

Segundo Marco Prado, o cenário fiscal doméstico — embora momentaneamente menos debatido — ainda pesa nas decisões dos investidores e limita o desempenho da bolsa.

O fiscal foi para segundo plano, mas não desapareceu. A falta de clareza sobre a sustentabilidade das contas públicas e o avanço das pautas econômicas acaba travando o nosso mercado. Por isso, mesmo com o dólar correndo e o cenário externo melhorando, não conseguimos romper com firmeza o patamar dos 140 mil pontos”, analisou.

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