Magalu recruta ex-Nubank para comandar seu banco

Jorg Friedemann, o diretor de RI do Nubank nos últimos três anos, assumiu hoje como o novo CEO do MagaluBank, a vertical de serviços financeiros da varejista.

A contratação é um dos maiores reforços da diretoria executiva desde que o CEO Fred Trajano assumiu o comando em 2016, e vem três meses depois do Magalu fazer outra contratação de peso.

Em março, a companhia trouxe Ricardo Garrido — um ex-diretor de marketplace da Amazon, onde ficou nove anos — para liderar seu marketplace. 

Jorg — que antes do Nubank foi analista do setor financeiro por 16 anos em bancos como Citi, Goldman Sachs e Bank of America — havia deixado o Nubank em março.

O executivo vai liderar um negócio que se divide em quatro verticais: a LuizaCred, a joint venture com o Itaú responsável pelos cartões de crédito da varejista; o MagaluPay IP, a instituição de pagamentos responsável pela conta digital, adquirência e seguros; o MagaluPay IF, a financeira cuja licença saiu em fevereiro e que vai permitir novos tipos de empréstimos e de oportunidades de funding; e o Consórcio Magalu, que teve vendas de R$ 4,5 bilhões ano passado e vem crescendo 30% ao ano. 

O maior desses negócios é o LuizaCred, que administra 6,2 milhões de cartões, tem uma carteira de crédito de R$ 20 bilhões e lucrou R$ 295 milhões ano passado. 

Jorg chega na companhia depois do Magalu ter feito um turnaround na LuizaCred, que havia dado um prejuízo de cerca de R$ 100 milhões em 2023 depois de uma deterioração da qualidade dos ativos, com o aumento da inadimplência. 

A inadimplência tem melhorado, com um NPL de curto prazo de 2,7% no quarto tri e um NPL 90 dias de 8,1% — melhoras de 40 e 160 basis points, respectivamente, ano contra ano.

Com a casa arrumada, o grande mandato de Jorg será acelerar o crescimento dos serviços financeiros especialmente nos canais digitais, onde, segundo ele, a “oportunidade é gigantesca.”

“Os canais digitais do Magalu são um oceano azul, com mais de 35 milhões de clientes mas uma penetração ainda muito baixa dos serviços financeiros,” disse Jorg.

Apesar dos canais digitais já responderem por 70% das vendas do Magalu, a penetração dos produtos financeiros é de apenas 5%. Nas lojas físicas, que respondem por 30% da receita, a penetração é de 40%. 

Jorg não abre a meta para o aumento dessa penetração, mas diz que ele virá tanto de um trabalho mais forte com o portfólio atual de produtos quanto com o lançamento de novas ofertas. 

A expansão dos serviços financeiros é estratégica para o Magalu porque ajuda a tornar o negócio menos cíclico e contribui com a melhora das margens.

O Magalu fechou o ano passado com uma margem EBITDA de 7,8%, uma alta de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. 

Segundo Jorg, uma parte importante desse crescimento da margem veio da melhora dos serviços financeiros, “e isso mesmo sem a vertical crescer tanto quanto poderia,” disse ele. “Com um crescimento maior, a oportunidade de melhora de margem é muito grande.”

Jorg tem mais de 20 anos de experiência com serviços financeiros. Antes do Nubank, fez carreira no sellside, sempre cobrindo o setor. Trabalhou dois anos na Goldman Sachs, sete no Citi e outros sete no Bank of America. 

Do Nubank, ele disse que traz duas lições principais — que tentará aplicar no Magalu.

“Os grandes trunfos que fizeram o Nubank chegar onde chegou foram a eficiência e a principalidade,” disse ele. “Quando você tem um menor custo unitário em qualquer indústria, você pode entrar em partes do mercado que outros não podem e pode oferecer produtos e serviços a preços competitivos e com retornos melhores. Isso permite aumentar sua principalidade. E quando você se torna a primeira escolha do cliente, você entra num ciclo virtuoso.”

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