Indústria mineira também quer investir em startups

Setor de alimentos está entre os buscados para investir em inovação
Setor de alimentos está entre os buscados para investir em inovação | Foto: Canva

Toda indústria tem dores que podem ser resolvidas por soluções inovadoras. Então por que não investir justamente em quem está desenvolvendo essas soluções? Foi pensando nisso que a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) decidiu criar seu próprio grupo de investimento-anjo. O programa, chamado Fiemg Anjos, foi lançado em abril deste ano e conecta cerca de 25 investidores – entre executivos, sócios e donos de indústrias – com startups industriais.

Em entrevista ao Startups, Júnia Cerceau, gerente de Promoção de Negócios da Fiemg, conta que a escolha das startups investidas é feita por meio de plenárias, onde a curadoria de empresas feita pela associação é apresentada aos investidores. O investimento mínimo é de R$ 25 mil por participante, com cheques na casa de R$ 500 mil no total. O modelo dos contratos é o mútuo conversível.

“A gente faz a curadoria, mas decisão de investimento é dos anjos. Buscamos startups no Brasil inteiro, não apenas em Minas Gerais, até porque a indústria nacional tem uma questão de competitividade forte. Então tudo que pode agregar valor e solucionar um problema real nos interessa”, afirma Júnia.

Além dos aportes, cada investidor também contribui com uma taxa de adesão anual no valor de R$ 3 mil e uma taxa de estruturação de 4% sobre o valor aportado, nos casos em que o investimento for efetivado. O programa é coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Para este ano, a previsão do grupo é fazer quatro plenárias, com análise de três startups em cada uma. Durante a reunião, os anjos podem optar por investir em todas as empresas ou apenas algumas – ou nenhuma, se for o caso. Também existe a possibilidade de participar de rodadas realizando co-investimentos.

A preferência é por estágios pré-seed ou seed, em setores diversos, como alimentos, siderurgia, elétrico, entre outros. Para Júnia, o objetivo, além do investimento, é promover uma maior conexão entre a indústria e o ecossistema de inovação.

“A gente percebeu uma demanda mais pelo lado das startups, mas a partir do momento em que estruturamos um grupo como esse, criamos regras, estabelecemos benchmarks, isso faz com que os anjos se sintam mais confortáveis em participar. A dor da indústria é enorme e faz muito sentido haver essa conexão”, explica a gerente de Promoção de Negócios da Fiemg.

Entre os empresários confirmados no projeto estão João Paulo Zica, fundador do Raja Ventures, Sérgio Cavalieri, presidente do Grupo Asmar, e Matheus Pedrosa, CEO da Fralía.

Participaram da primeira rodada promovida pelo grupo as empresas Melvin, que oferece soluções para gestão de manutenção industrial com base em dados e automação; Oppem, digitalização da indústria, através da gestão de contratos; e SenseUp, que desenvolve uma solução para integração de sistemas e monitoramento dessas integrações em tempo real.

Segundo Júnia, a ideia é que o apoio vá além do aporte financeiro e engobe também mentorias, capacitação e workshops. “Dos grandes valores que entendemos que temos é a oportunidade de trazer conexões, e essa é uma forma de tornar esse movimento mais fluido”, aponta.

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