Ultra passa a controlar Hidrovias do Brasil e troca o CEO

O Grupo Ultra assumiu hoje o controle de fato da Hidrovias do Brasil, passando de 50% do capital com a conclusão do aumento de capital de R$ 1,2 bi anunciado em fevereiro.

A holding — que também é dona dos postos Ipiranga, Ultracargo e Ultragaz — antes tinha 40% do capital e aumentou sua participação comprando direitos de preferência e fazendo operações na Bolsa nos últimos dois meses. 

Agora no controle do negócio, o Grupo Ultra decidiu trocar o CEO da empresa, depois de já ter feito outras mudanças no C-Level desde que entrou na Hidrovias em agosto passado.

O novo CEO será Décio Amaral, que comandou nos últimos cinco anos a Ultracargo, o negócio de logística portuária do grupo. Décio vai substituir Fábio Schettino, que estava há mais de 13 anos à frente da Hidrovias.

Antes da Ultracargo, Décio teve passagens pela Souza Cruz, Camargo Corrêa e Vale.

A mudança vale a partir de 1° de junho.

“A história que a Hidrovias construiu foi o que fez a gente se interessar pelo negócio,” Rodrigo Pizzinatto, o CEO do Grupo Ultra, disse ao Brazil Journal. “O Fábio foi parte muito importante disso, mas a empresa agora está entrando num novo ciclo, com duas vertentes estratégicas principais: aumentar a eficiência operacional, administrativa e financeira; e se preparar para um plano de crescimento e geração de valor muito forte.”

No ano passado, o Ultra já havia trocado o CFO da Hidrovias, colocando na posição seu ex-diretor de relações com investidores, planejamento e sustentabilidade, André Saleme Hachem.

Além do CFO, o Ultra trouxe também um novo diretor jurídico (Carlos Arruti Rey, que assumiu no final do ano passado); um novo diretor operacional (Harro Burmann, que começou há dois meses); e um novo diretor comercial (Max Sommerhauzer Vaz da Silva, que entrou há seis meses). 

A troca no comando da empresa vem num momento em que a Hidrovias busca reduzir sua alavancagem para investir no aumento da capacidade do corredor Norte, seu principal ativo e um plano antigo da empresa.

Além do aumento de capital, a companhia vendeu recentemente sua operação de cabotagem para a Norsul, colocando mais R$ 715 milhões no caixa. 

Com os recursos das duas operações, a dívida líquida da companhia, de R$ 3,75 bilhões, deve cair substancialmente. No quarto tri, a Hidrovias fechou com alavancagem de 6,6x EBITDA, e a expectativa no mercado é que essa alavancagem caia para menos de 3x com os novos recursos. 

Com o controle da Hidrovias, o Ultra passará a consolidar o resultado da subsidiária em seu balanço. Até agora, a participação era registrada apenas como equivalência patrimonial, com o lucro ou prejuízo da Hidrovias impactando o EBITDA da holding (o que gerou um impacto negativo de mais de R$ 100 mi no EBITDA do primeiro tri, por exemplo).

 O Ultra fez o primeiro investimento na Hidrovias em agosto passado, quando comprou 35% do capital. 

Na Ultracargo, o novo CEO será Fulvius Tomelin, o atual vice-presidente comercial e de novos negócios e ex-CEO da Ale Combustíveis. 

A ação da Hidrovias sobe quase 2% por volta das 13 horas, com a companhia valendo R$ 2,9 bilhões na Bolsa. Nos últimos doze meses, o papel cai cerca de 30%. 

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