Jamie Lee Curtis confronta Mark Zuckerberg por causa de deepfake em anúncio fraudulento

Durante um curto período um vídeo estranho circulou no Instagram e no Facebook. Nele, era possível ver a atriz Jamie Lee Curtis anunciando um produto duvidoso. Parece real, mas algo está errado: as palavras não soam como ela, e a mensagem é estranha. Pois é, a lendária atriz de Halloween e Sexta-feira Muito Louca passou por essa situação e não deixou barato.

Curtis usou suas redes sociais para chamar a atenção de Mark Zuckerberg e da Meta, empresa dona das plataformas, contra um comercial falso que manipulava sua imagem e voz com inteligência artificial. A história não só mostra os perigos dos deepfakes, mas também levanta a questão: até que ponto as big techs estão preparadas para lidar com esses golpes? Vamos mergulhar nessa polêmica!

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O que aconteceu com Jamie Lee Curtis?

Jamie Lee Curtis publicly shamed Mark Zuckerberg to remove a deepfaked ad

Jamie Lee Curtis, conhecida por sua autenticidade e franqueza, foi às redes sociais para denunciar um vídeo falso que usava sua imagem para promover algo que ela descreveu como “um monte de besteira”. O anúncio, criado com tecnologia de IA, aparentemente manipulava imagens de uma entrevista que ela deu à MSNBC, colocando palavras na sua boca que ela nunca disse.

Em um post direto, Curtis apelou até para Mark Zuckerberg, CEO da Meta, pedindo que ele tomasse uma atitude. “Eu sou Jamie Lee Curtis, e já tentei todos os canais oficiais para pedir que você e sua equipe removam esse comercial falso de IA que eu não autorizei, não concordei e não endossei”, escreveu ela, com tom firme.

A atriz destacou algo importante: sua reputação é construída em cima da verdade e da integridade. Ter sua imagem usada de forma fraudulenta não é só uma questão de privacidade, mas algo que compromete sua capacidade de se expressar genuinamente. No post, ela compartilhou capturas de tela do perfil de Zuckerberg no Instagram (que, aliás, não a segue) e do próprio anúncio falso, que incluía frases genéricas como “Eu quero que todos que sofrem com…”. O que exatamente o vídeo promovia não ficou claro, mas Curtis não está sozinha nessa.

A luta para ser ouvida e uma vitória (com a ajuda da internet)

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Um dos pontos mais frustrantes destacados por Curtis é algo que muitos usuários comuns já enfrentaram: a dificuldade de chamar a atenção da Meta. Mesmo sendo uma celebridade, ela precisou recorrer a um apelo público, mencionando diretamente Zuckerberg, para tentar resolver o problema. Isso levanta uma questão séria: se até Jamie Lee Curtis, com milhões de seguidores e uma carreira consolidada, enfrenta barreiras para remover conteúdo falso, como fica para o usuário comum?

A Meta, por sua vez, informou que o vídeo denunciado por Curtis foi removido por violar suas políticas, mas não deu mais detalhes. A empresa já havia anunciado no ano passado que estava intensificando esforços para combater golpes conhecidos como “celeb bait” (iscas de celebridades), usando até tecnologias de reconhecimento facial para identificar esses conteúdos. No entanto, a falta de transparência sobre quantas celebridades estão protegidas por esse sistema deixa dúvidas sobre a eficácia da iniciativa.

Depois do apelo público de Curtis, a pressão parece ter funcionado. Em um comentário no Instagram, ela comemorou: “DEU CERTO! VIVA A INTERNET! A VERGONHA TEM SEU VALOR! OBRIGADA A TODOS QUE APOIARAM E AJUDARAM A RESOLVER!”. A vitória, no entanto, não apaga o problema maior: os deepfakes estão cada vez mais comuns, e as plataformas ainda parecem estar correndo atrás do prejuízo.

Não é a primeira vez (e nem será a última)

Curtis é apenas a mais recente vítima de uma onda crescente de golpes envolvendo deepfakes. A tecnologia de IA, cada vez mais acessível e barata, permite que golpistas criem vídeos falsos com uma facilidade assustadora. No começo de 2025, páginas no Facebook usavam vídeos manipulados de celebridades como Elon Musk para promover curas falsas para diabetes, com frases como “Se eu morresse amanhã, gostaria que todos os diabéticos soubessem disso”. Tom Hanks e Johnny Depp também já alertaram seus fãs sobre anúncios fraudulentos que usavam suas imagens e vozes para vender “remédios milagrosos” ou outros esquemas.

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Esses casos mostram como a IA está sendo usada de forma antiética para enganar consumidores. Com ferramentas que conseguem imitar rostos e vozes de forma convincente, os golpistas têm um arsenal poderoso para criar propagandas que parecem legítimas, mas que, na verdade, são armadilhas.

E o pior? Conseguir que plataformas como Facebook e Instagram removam esse tipo de conteúdo pode ser uma batalha.

Fonte: engadget

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