Criminosos driblam biometria do Gov.br com manipulação facial e causam alarme na PF

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) a operação Face Off para desmontar um esquema sofisticado de fraude envolvendo o Gov.br, plataforma oficial do governo brasileiro para acesso a serviços públicos digitais. O foco da investigação são grupos que conseguiram burlar os mecanismos de verificação facial para invadir contas de terceiros e utilizar dados pessoais de forma criminosa.

Fraude digital: como os criminosos enganavam o sistema do Gov.br

Segundo as apurações da PF, os envolvidos utilizaram técnicas avançadas de manipulação facial para enganar o sistema de autenticação biométrica da plataforma. Em termos práticos, isso significa que os golpistas conseguiam simular os rostos das vítimas para passar pela etapa de verificação de identidade, acessando as contas como se fossem os próprios titulares.

Ainda não foram divulgados detalhes técnicos das táticas empregadas, mas os investigadores apontam que podem ter sido usados artifícios como próteses, montagens digitais, softwares de edição ou até mesmo deepfakes criados por inteligência artificial. O objetivo era assumir o controle total dos perfis, que oferecem acesso a dados sensíveis e permitem realizar diversos tipos de solicitações e autorizações oficiais.

Operação Face Off: referência ao cinema e foco nos responsáveis

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A a ação policial faz alusão direta ao filme A Outra Face” no Brasil em que os protagonistas trocam de rosto para enganar o inimigo. De forma simbólica, a escolha do nome reflete o tipo de crime investigado: a apropriação da identidade de terceiros por meio da simulação facial.

A operação mobilizou agentes em nove estados: São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins. Foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão. Até o momento, três pessoas foram presas e duas seguem foragidas.

Acesso a dados sigilosos e possibilidade de novas fraudes

O Gov.br funciona como um grande hub digital da vida do cidadão, reunindo documentos pessoais, registros bancários, declarações de imposto de renda e até assinaturas digitais. Ao tomar o controle dessas contas, os criminosos poderiam não apenas visualizar informações sensíveis, mas também praticar outras fraudes em nome das vítimas.

A PF, por ora, não divulgou o número exato de pessoas afetadas nem os prejuízos causados. Mas alertou que o acesso não autorizado às contas pode ter sido apenas o primeiro passo de uma cadeia mais ampla de golpes, que ainda estão sendo apurados.

Crimes sob investigação

Segundo nota oficial, os suspeitos podem ser indiciados por invasão qualificada de dispositivo informático e associação criminosa. As investigações estão sob responsabilidade da Diretoria de Repressão a Crimes Cibernéticos, que busca identificar a totalidade dos envolvidos, o alcance da fraude e os eventuais danos causados às vítimas.

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