Ser bate o consenso com captação recorde

A Ser Educacional reportou um primeiro tri bem acima do consenso – puxado pela maior captação de alunos presenciais na história da companhia e um forte crescimento nos cursos de medicina.

A companhia da família Diniz faturou R$ 540 milhões no primeiro tri, uma alta de quase 20% na comparação anual. O consenso projetava R$ 511 milhões.

O top line foi ajudado por uma captação histórica: uma alta de 16,4% em relação ao ano passado, fazendo a base de alunos no presencial chegar a 185,3 mil estudantes. 

“Estamos no quarto ano consecutivo de crescimento na captação e mais de 60% da nossa base atual está nos primeiros anos do curso. Isso mostra que estamos formando uma base saudável e com tendência de crescimento,” o CEO Jânyo Diniz disse ao Brazil Journal

Os maiores beats da Ser vieram no EBITDA e no lucro. O EBITDA ajustado cresceu 58% para R$ 143,7 milhões – também acima do consenso, que apontava R$ 114 milhões.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 51,8 milhões – revertendo o prejuízo de R$ 2,8 milhões no mesmo período do ano passado. Os analistas esperavam um bottom line mais próximo de R$ 15 milhões. 

Segundo Jânyo, os desempenhos do EBITDA e do lucro são fruto do processo de turnaround que a empresa vem fazendo nos últimos dois anos. 

Um dos principais fatores para ganhos de eficiência foi a devolução de 15 prédios desde 2023, o que vem gerando uma economia de até R$ 2,5 milhões por mês. 

Além disso, a Ser vem colocando em prática um modelo acadêmico chamado de Ubíqua, que traz mais flexibilidade para os alunos ao combinar ensino presencial com conteúdos online mais efetivos, como aulas gravadas com especialistas do Brasil inteiro. 

“O Ubíqua melhora a experiência do aluno, dá mais flexibilidade e aumenta a percepção de valor. Com ele, conseguimos aumentar o ‘ensalamento’ e reduzir custos operacionais,” disse o CEO. 

O CFO João Albérico Aguiar disse que o turnaround está no “quarto final” de implementação e que novos ganhos de eficiência devem aparecer nos próximos resultados. 

Outro motor de crescimento foi a área de medicina. A Ser encerrou o primeiro tri com 1.001 vagas – quase o dobro das 521 que tinha um ano antes – e viu sua base de alunos do curso crescer quase 27% para mais de 4 mil estudantes.

Boa parte desse avanço veio com a aprovação formal de novos cursos pelo MEC, mas 120 dessas vagas ainda operam com base em decisões judiciais. 

“Tivemos decisões liminares que autorizaram o funcionamento dos cursos e estamos cumprindo essas ordens judiciais,” disse Jânyo. “Se um juiz determina a abertura, não podemos descumprir – senão, perdemos o direito.”

A Ser também teve crescimento no ticket médio, que subiu 12,6% e chegou a R$ 467, puxado principalmente pelos cursos de medicina, cujo preço médio subiu 20,4% para R$ 10.775 graças a novos cursos credenciados em praças que possuem tickets mais elevados. 

A Ser reduziu sua dívida líquida para R$ 662 milhões, o equivalente a 1,35x o EBITDA (uma queda de 0,65x no indicador). “Seguimos trabalhando na reestruturação do passivo e na geração de caixa,” disse Rodrigo Alves, o diretor de RI da companhia.

A empresa conseguiu reduzir a alavancagem mesmo com a abertura de cinco novas unidades nos últimos 12 meses – três novas UNIFAEL em Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis, uma UNINORTE em Manaus e uma UNAMA em Bragança. 

Segundo Jânyo, a empresa não pretende partir para novas aquisições no curto prazo.

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