Imposto de Renda 2025: o que mudou para quem investe no Brasil e lá fora

Com a proximidade do prazo final para a entrega do Imposto de Renda 2025, investidores enfrentam uma série de desafios na hora de declarar seus rendimentos. Além dos tradicionais campos sobre bens, salários e aplicações em renda fixa, os contribuintes precisam lidar com novos requisitos que envolvem investimentos no exterior, ativos em criptomoedas e o uso da declaração pré-preenchida — que nem sempre contempla todas as informações necessárias.

No Papo de Dinheiro, Gustavo Filardi, gerente sênior da Akeloo, plataforma de suporte à declaração de investimentos, reforçou que a organização ao longo do ano é o principal fator para evitar erros e garantir conformidade fiscal.

“O erro mais comum ainda é só lembrar do Imposto de Renda em março, abril e maio. O controle dos investimentos deve ser mensal, especialmente para quem opera em bolsa ou tem ativos fora do país”, afirmou Filardi.

Declaração de imposto de renda pré-preenchida ajuda, mas não resolve tudo

A declaração pré-preenchida é uma ferramenta cada vez mais usada pelos contribuintes, já que compila automaticamente dados repassados por bancos, corretoras e empregadores. No entanto, segundo Filardi, essa funcionalidade ainda apresenta limitações importantes.

Ela ajuda, mas está longe de ser completa. Muitos investimentos, especialmente os mais recentes ou os mantidos fora do Brasil, ainda não aparecem automaticamente. O contribuinte precisa revisar tudo com calma e complementar o que for necessário”, explicou.

A Receita Federal tem ampliado acordos de troca de informações com outros países, o que permite o cruzamento de dados financeiros de mais de 100 jurisdições. Mesmo assim, cabe ao investidor a responsabilidade final sobre a correção das informações entregues.

Imposto de Renda tem novas regras para ativos no exterior com a IN 1888

Uma das principais mudanças para a declaração deste ano é a aplicação da Instrução Normativa 1888, em vigor desde 2024, que alterou a forma como o contribuinte deve lidar com ganhos de capital no exterior. Com a nova regra, os lucros com ações, ETFs, REITs e criptomoedas mantidas em exchanges estrangeiras passam a ser tributados com alíquota fixa de 15%, pagos uma única vez por ano, durante o envio da declaração.

Anteriormente, o processo era feito por meio do programa GCAP e não permitia compensações de prejuízos. Agora, perdas podem ser deduzidas de lucros futuros, o que exige ainda mais controle.

Além disso, toda conversão de valores deve ser feita com base na taxa PTAX do dia anterior à operação — uma exigência que, se desrespeitada, pode levar a inconsistências e à malha fina.

Criptoativos exigem ainda mais atenção

Filardi alertou que investidores de criptomoedas precisam separar os ativos negociados em exchanges nacionais, que já reportam automaticamente à Receita, daqueles mantidos em plataformas estrangeiras.

Mesmo que o dinheiro não tenha retornado ao Brasil, os ganhos com criptoativos no exterior precisam ser declarados. A Receita trata isso da mesma forma que trata ações internacionais”, pontuou.

Fundos imobiliários e FIAGRO: como declarar corretamente

Investidores de fundos imobiliários (FIIs) e FIAGROs devem prestar atenção em duas frentes:

  • Os rendimentos mensais, isentos de IR, devem ser informados na ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis.
  • Já os ganhos com venda de cotas são tributados em 20%, sem faixa de isenção.

A venda com lucro desses ativos exige o pagamento de DARF, mesmo que os dividendos recebidos ao longo do ano sejam isentos. Muita gente confunde essas duas coisas e acaba declarando errado”, explicou Filardi.

Akeloo: ferramenta para organizar e simplificar o Imposto de Renda

Com o objetivo de reduzir essa complexidade, a Akeloo oferece uma plataforma que consolida dados de diferentes corretoras, realiza os cálculos de preço médio, apura lucros e prejuízos, e gera todos os sete relatórios exigidos pela Receita Federal.

Entre os principais recursos da ferramenta, estão:

  • Integração automática com a B3 via Portal do Investidor;
  • Importação de notas de corretagem, extratos e arquivos CSV;
  • Cálculo automático de DARFs de diferentes mercados (bolsa, exterior e cripto);
  • Geração de relatórios para preenchimento das fichas obrigatórias (Bens e Direitos, Rendimentos Tributáveis, Rendimentos Isentos, Dívidas e Ônus, etc.);
  • Painel com rentabilidade consolidada de todos os ativos do CPF do investidor.

A Akeloo não substitui o contador, mas é um grande aliado. A pessoa pode usar os relatórios para preencher sozinha ou entregar tudo pronto para o contador validar”, explicou Filardi.

A plataforma também oferece retrospectiva gratuita, permitindo que o investidor regularize movimentações e prejuízos acumulados em anos anteriores, sem custo adicional.

Checklist para evitar erros na reta final do IR 2025

Antes de enviar a declaração, Filardi recomenda seguir uma lista simples de verificação:

  • Reunir informes de rendimento de bancos e corretoras;
  • Separar notas de corretagem e extratos por mês e por corretora;
  • Conferir todos os dados da pré-preenchida;
  • Calcular ganhos e prejuízos com base na PTAX, quando necessário;
  • Emitir e pagar os DARFs pendentes até o envio da declaração;
  • Acessar o portal e-CAC para verificar pendências ou inconsistências;
  • Se não for possível concluir tudo até 31 de maio, enviar a declaração incompleta e retificar depois (evitando a multa mínima de R$ 165,74).

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