Mancha solar 10 vezes maior que a da Terra é detectada; quais os riscos para o planeta?

Imagem de sol com mancha solar

Sera que uma mancha solar pode causar apagão? Leia abaixo – Foto: Astrobin/Thomas Lélu/ND

Será que uma mancha solar pode causar apagão? O Sol está mais ativo do que nunca. E no dia 6 de maio deste ano, uma mancha solar gigantesca foi identificada por astrônomos: a AR 4079.

O fenômeno possui potencial de gerar tempestades geomagnéticas capazes de afetar redes elétricas e satélites nos próximos dias. Mas devemos nos preocupar?

Mancha solar pode causar apagão

O AR 4079 está chamando atenção dos astrônomos por ter sido registrada com muita clareza. Com um diâmetro estimado em 140 mil quilômetros — quase dez vezes o tamanho da Terra —, está se movendo para a parte frontal do Sol, local que está voltado diretamente para a Terra.

Embora não represente risco direto à saúde humana, essa atividade solar pode trazer diversas consequências para as redes elétricas, comunicações via satélite e sistemas de navegação, segundo Brenda Culbertson, embaixadora do Sistema Solar no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da NASA.

A especialista explica que a energia gerada por essa mancha solar é extremamente intensa. Conforme a AR 4079 se posiciona de frente para a Terra, há uma maior probabilidade de emissão de uma grande erupção solar.

Caso isso ocorra, nosso planeta poderá ser atingido diretamente por uma tempestade geomagnética, fenômeno provocado pela interação do vento solar com o campo magnético da Terra.

O que são manchas solares?

Imagem de Sol com mancha solar

Mancha solar pode causar apagão, especialistas da NASA revelam que ela é 10 vezes maior que a Terra – Foto: Divulgação/OARU – Observatório Astronômico Rei do Universo/ND

As manchas solares são regiões temporárias na superfície do Sol que apresentam temperatura inferior ao restante da estrela. Apesar disso, continuam extremamente quentes podendo atingir cerca de 3.600°C.

Essas áreas aparecem mais escuras devido à intensa atividade magnética, que inibe a transferência de calor do interior do Sol para sua superfície.

Conforme explica a NASA, as manchas surgem quando campos magnéticos muito intensos impedem que o calor chegue à fotosfera solar. Esse bloqueio cria uma espécie de “área fria” em comparação ao restante da superfície solar.

Ameaça das tempestades geomagnéticas: mancha solar pode causar apagão?

A principal preocupação em relação à AR 4079 está relacionada ao potencial de emissão de uma ejeção de massa coronal, que são explosões de plasma e campo magnético, direcionada à Terra.

Segundo a NASA, quando isso ocorre, partículas energéticas interagem com o campo magnético terrestre e podem causar tempestades geomagnéticas de diferentes intensidades.

Imagem de Sol explodindo com larvas

Mancha solar pode causar apagão com tempestades geomagnéticas – Foto: Canva/ND

Essas tempestades têm o potencial de afetar sistemas de navegação GPS, redes de telecomunicações, operações de satélites e até mesmo provocar apagões em grandes áreas caso atinjam redes de energia elétrica.

O fenômeno também pode gerar auroras boreais e austrais em latitudes incomuns, visíveis inclusive em regiões onde normalmente não ocorrem.

Apesar dos impactos tecnológicos, os especialistas garantem que não há motivo para pânico. As tempestades solares não representam perigo direto à saúde humana, especialmente em situações de exposição comum, fora de voos espaciais ou regiões de alta altitude durante fortes eventos solares.

Como uma tempestade solar afeta a Terra?

Entenda o impacto em 5 etapas visuais, além de que uma mancha solar pode causar apagão.

O Sol passa por ciclos de atividade intensa. Em certos momentos, grandes manchas surgem em sua superfície — áreas com campos magnéticos instáveis que podem liberar explosões de energia - Canva/ND

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O Sol passa por ciclos de atividade intensa. Em certos momentos, grandes manchas surgem em sua superfície — áreas com campos magnéticos instáveis que podem liberar explosões de energia – Canva/ND

Quando há uma erupção solar, o Sol pode lançar bilhões de toneladas de plasma e campo magnético ao espaço em altíssima velocidade — é a chamada CME (ejeção de massa coronal) - Canva/ND

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Quando há uma erupção solar, o Sol pode lançar bilhões de toneladas de plasma e campo magnético ao espaço em altíssima velocidade — é a chamada CME (ejeção de massa coronal) – Canva/ND

Se a ejeção estiver direcionada à Terra, ela colide com o nosso campo magnético, comprimindo-o e desencadeando uma tempestade geomagnética - Canva/ND

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Se a ejeção estiver direcionada à Terra, ela colide com o nosso campo magnético, comprimindo-o e desencadeando uma tempestade geomagnética – Canva/ND

Esse distúrbio pode afetar satélites, comunicações, GPS, e até provocar apagões elétricos em grandes áreas, especialmente em latitudes mais altas - Canva/ND

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Esse distúrbio pode afetar satélites, comunicações, GPS, e até provocar apagões elétricos em grandes áreas, especialmente em latitudes mais altas – Canva/ND

As partículas solares também criam auroras ao colidirem com gases na atmosfera. O resultado são luzes coloridas no céu — às vezes visíveis em lugares onde raramente ocorrem - Canva/ND

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As partículas solares também criam auroras ao colidirem com gases na atmosfera. O resultado são luzes coloridas no céu — às vezes visíveis em lugares onde raramente ocorrem – Canva/ND

Monitoramento constante

O Sol está em um período de aumento de atividade, próximo ao pico do atual ciclo solar, que ocorre aproximadamente a cada 11 anos.

Durante esses períodos, manchas solares e erupções tornam-se mais frequentes, exigindo vigilância constante por parte de centros astronômicos e agências espaciais, como a NASA e a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos).

Equipamentos de monitoramento solar vêm registrando diariamente imagens de alta resolução da superfície do Sol, permitindo a identificação de formações como a AR 4079 com antecedência.

O que esperar nos próximos dias?

Se a mancha AR 4079 permanecer ativa enquanto estiver voltada para a Terra, há possibilidade de emissão de uma ou mais erupções solares significativas.

A movimentação da mancha e seu comportamento nas próximas semanas poderão influenciar diretamente o nível de atividade geomagnética no planeta.

Para especialistas da NASA, trata-se de mais um lembrete do quanto estamos conectados com a dinâmica do Sol, uma estrela viva, pulsante e com papel essencial para a existência da vida na Terra.

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