‘Milagre’: soldado salva recém-nascido engasgado em Passo Fundo


Anthoni, de apenas 12 dias, engasgou com remédio para cólica. Pais buscaram ajuda e, com manobra de Heimlich, soldado salvou criança. Fabrício, Emily, o pequeno Anthoni e o soldado Domingos após o salvamento com manobra de Heimlich
Arquivo pessoal
Um milagre: é como Jackson Gustavo Perrotti Domingos, soldado da Brigada Militar, classifica o episódio ocorrido na madrugada deste domingo (18), quando salvou Anthoni, de apenas 12 dias, que havia se engasgado, usando a manobra de Heimlich, técnica empregada em primeiros socorros.
“Acredito que o que mais contou na hora foi o treinamento da Brigada Militar. E agir na hora certa. A gente tem que fazer alguma coisa, né? Foi um milagre mesmo, foi inexplicável”, diz.
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O soldado estava na guarita da sede da Brigada Militar, na Avenida Presidente Vargas, em Passo Fundo, Norte do RS, quando, por volta de 1h, foi surpreendido pela buzina do carro dos pais, que chegavam correndo ao local. Segundo eles, o menino Anthoni se engasgou ao tomar remédio para cólica.
“Até tomei um susto na hora. Aquele pai e aquela mãe gritando por socorro, ‘salva meu filho”, lembra.
Ao olhar para o menino, veio a preocupação: ele já estava sem respirar e com a face e lábios arroxeados, contexto conhecido como cianose, que ocorre pela falta de oxigênio no sangue. Foi quando o soldado começou a empregar a técnica para salvar Anthoni.
“Bati três vezes nas costas e nada. Na quarta ou quinta vez, começou a dar sinal de querer respirar e eu continuei. Daqui a pouco deu aquele berro, o berro do milagre. E aí voltou à vida” contou Domingos, emocionado.
Apesar dos cursos de salvamento, o soldado nunca havia enfrentado situação parecida.
🔎 A manobra de Heimlich consiste em compressões abdominais usados ​​para tratar obstruções das vias aéreas superiores ou sufocamento. Tem esse nome devido ao médico americano Henry Heimlich, frequentemente creditado por sua criação. A execução consiste em exercer pressão na parte inferior do diafragma, para comprimir os pulmões e ajudar a liberar as vias áereas.
“Foi Deus que botou ele no nosso caminho”, diz pai
Depois da ação, o menino foi levado para avaliação médica no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e liberado em seguida. Segundo o pai, Fabrício Fabius Miranda Paim, Anthoni já está em casa, acompanhado da mãe, Emily da Rosa dos Santos, e passa bem. Passado o susto, a sensação é de alívio e gratidão.
“Pareceu uma eternidade. Eu cheguei dirigindo e perdi as pernas. É uma situação que a gente não deseja para ninguém. (Após o salvamento), ele (o soldado) disse: “ó, teu filho está respirando”. Chega a arrepiar”.
Depois que Anthoni voltou a respirar, foi preciso que outros soldados da Brigada Militar conduzissem o carro de Fabrício: o susto foi tão grande que ele ficou desorientado para dirigir até o hospital.
“Eu não conseguia mais, perdi as pernas. Foi Deus que colocou ele (o soldado) no nosso caminho. A gente é muito grato”, diz o pai.
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