As mudanças climáticas, as regiões polares e o Brasil

*Artigo original publicado na Folha de S. Paulo

As regiões polares sofrem algumas das modificações ambientais mais rápidas do planeta, o Ártico aquece três vezes mais do que a média global e a parte congelada do oceano é cada vez menor. Os oceanos Ártico e Austral (ou Antártico) estão cada vez mais quentes, menos salinos e mais ácidos.

As rápidas modificações nas duas regiões polares já afetam o ecossistema planetário, forçando migração de cinturões climáticos em direção ao polos. O “permafrost” (solo congelado que contém mais carbono do que todas as florestas do mundo) derrete e emite metano, intensificando mais ainda o efeito estufa. O derretimento parcial do manto de gelo groenlandês é uma das principais causas do aumento do nível do mar no momento —nas próximas duas décadas, a contribuição antártica será a maior. Todos os tipos de poluentes, inclusive microplásticos, já são detectados na neve polar.

Abrem-se novas rotas de transporte naval, o tão sonhado caminho mais curto entre Europa e Oriente via norte da Sibéria. Abrem-se novas fronteiras para a exploração de recursos naturais: estima-se que 60% do óleo e gás russos ainda não explorados lá se encontram. Atores não polares marcam sua presença, principalmente China e Índia.

Ondas de frio e calor cada vez mais intensas ocorrem simultaneamente em diferentes longitudes do hemisfério norte decorrentes da rápida redução da área coberta por gelo. Essas modificações ambientais já afetam as relações internacionais e os cenários geopolíticos. Ocorre a remilitarização do Ártico (dormente desde o fim da União Soviética). Com esse novo cenário, começa a se entender a postura agressiva do atual governo dos EUA frente à Groenlândia. O que vemos é uma rápida mudança no cenário geopolítico polar disparado pelas mudanças do clima.

A frequência e força das frentes frias que chegam ao Brasil (muitas vezes avançando até o sul da amazônia) estão relacionadas à área coberta por gelo do oceano Austral, que começa a diminuir. Ao mesmo tempo, essas frentes têm mais dificuldade de avançar sobre o território nacional, muitas vezes bloqueadas pelo aquecimento anômalo no Brasil central.

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