Preço médio dos smartphones dispara 88% em um ano no Brasil

O mercado brasileiro de smartphones enfrenta uma tempestade perfeita. Dados recentes da consultoria IDC revelam um salto impressionante nos preços desses aparelhos, que ficaram 88% mais caros entre o primeiro trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025. O valor médio passou de R$ 1.361 para R$ 2.557 em apenas 12 meses, resultando em queda de quase 10% nas vendas.

O cenário adverso resulta de uma combinação de fatores que vem pressionando os preços. A alta do dólar no ano passado, mesmo com trégua em 2025, o ciclo de aumento nos juros (que chegaram a 14,75% este mês), e as tarifas impostas por Donald Trump nos EUA criaram um ambiente desafiador para o setor.

Você também pode gostar dos artigos abaixo:

O país onde não falta placa de vídeo e os preços ainda fazem sentido

Tarifas de Trump podem disparar preço de consoles nos EUA em até 69%, aponta estudo

smarpthone

Além desses fatores externos, os investimentos em tecnologias mais avançadas também contribuem para o aumento nos preços. A atual geração de aparelhos demanda chips com maior capacidade de processador e baterias mais robustas para suportar a conexão 5G e os recursos de inteligência artificial.

Segundo Reinaldo Sakis, diretor de Pesquisas da IDC, a perspectiva para o setor não é das mais animadoras. A projeção é que 2025 feche com aproximadamente 38 milhões de unidades comercializadas, representando queda de 6% em relação a 2024. Se confirmado, este seria o pior desempenho desde 2019, quando o mercado vendeu 49,3 milhões de celulares.

Para tentar reverter a situação, fabricantes como Apple e Samsung estão adotando novas estratégias. A empresa americana iniciou a produção do iPhone 16e no Brasil, em uma fábrica da Foxconn em São Paulo. Já a sul-coreana, líder do mercado nacional com 50% de participação, lançou o Galaxy A06 5G por R$ 899, seu smartphone 5G mais barato.

O movimento das gigantes é acompanhado por marcas chinesas como Realme, Oppo e Jovi, que também apostam na produção local na Zona Franca de Manaus para ofertar opções mais acessíveis. O mercado ilegal, entretanto, continua sendo um desafio para o setor, representando cerca de 20% das vendas de smartphones no país.

As operadoras de telefonia também voltaram a apostar na venda de aparelhos, aumentando sua participação de 9,28% para 12,15% no início deste ano. As teles têm ampliado o subsídio à troca de aparelhos nos planos pós-pagos, oferecendo parcelamentos que ultrapassam 20 meses.

O que você acha dessa alta nos preços? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte se isso tem afetado seus planos de troca de celular.

Fonte: O Globo

Adicionar aos favoritos o Link permanente.