Sprint de M&As: Strava anuncia aquisição da The Breakaway

O Strava, o famoso app utilizado por ciclistas e corredores para monitorar seus treinos, está em um “sprint” de aquisições. Cerca de um mês após levar a startup britânica Runna, agora a startup anunciou a compra dos ativos da The Breakaway, startup também de soluções de treinos para ciclistas, mas com um foco maior em personalização das atividades.

Divulgada pela própria Strava em seu site oficial, a aquisição não teve seu valor divulgado (assim como foi com a Runna), e foi apontada como mais um passo em sua estratégia de consolidar um ecossistema robusto de ferramentas para quem busca treinar com mais inteligência.

A compra da The Breakaway vem acompanhada de uma rodada de captação para a empresa, de valor não divulgado, mas que aumentou o valuation da companhia para US$ 2,2 bilhões – um aumento de aproximadamente 50% sobre os US$ 1,5 bilhões registrados na rodada anterior, feita em 2020.

Segundo o CEO do Strava, Michael Martin, a The Breakaway tem um “fit perfeito” para o portfólio da companhia. Startup incubada na Y Combinator, ela oferece treinos personalizados, análise detalhada de pedaladas e ferramentas para acompanhar a evolução dos usuários. Conforme dados do próprio Strava, usuários da Breakaway que já estavam conectados à sua API registravam, em média, o dobro de atividades em relação a outros ciclistas da base.

“(Os fundadores) “Jordan Kobert, Kyle Yugawa e equipe criaram um app brilhante para ciclistas que querem evoluir e alcançar suas metas, o que faz da Breakaway um encaixe perfeito para o Strava”, disse Michael, em nota. “Estamos empolgados em melhorar a experiência deles (ciclistas) com essa aquisição”, completou.

Segundo destacou o próprio Strava, a The Breakaway será mantida como app separado por enquanto, assim como o Runna, reforçando a estratégia do Strava de investir em experiências específicas e manter a flexibilidade dos usuários.

Ainda não está claro se as funcionalidades da Runna e da Breakaway serão integradas ao app principal ou se haverá mudanças nos modelos de assinatura — atualmente, o Strava cobra US$ 80 por ano, enquanto o Runna custa cerca de US$ 120 e Breakaway, US$ 70 anuais. O CEO afirma que, por enquanto, não há planos de alterar preços nem de limitar as versões gratuitas desses serviços.

Um plano maior

Atualmente o Strava conta com mais de 150 milhões de usuários, em 185 países – com o Brasil representando o segundo maior público global para o app. Contudo, aos poucos a startup está “abrindo suas asas”, indo além dos ciclistas e apelando para outros públicos que estão recorrendo à tecnologia para monitorar seus treinos.

Foi com isso em mente que o app de monitoramento comprou no mês passado a startup britânica Runna, que desenvolve planos de treino e serviços de coaching para corrida. “Após um ano de crescimento sem precedentes e inovação acelerada no Strava, este foi o momento certo para buscar negócios complementares que pudessem gerar ainda mais valor para nossos usuários”, disse Michael Martin, em nota no mês passado.

Segundo o CEO, a corrida está em alta no mundo todo, e isso apareceu no Strava. Quase 1 bilhão de corridas foram registradas no Strava em 2024. “A missão do Runna, que oferece um plano personalizado para cada corredor alcançar seus objetivos, é um encaixe perfeito”, completou Michael.

Mais do que uma simples ampliação de portfólio, as recentes aquisições apontam para uma virada estratégica do Strava. A companhia quer ser mais do que um app para registrar treinos e planejar rotas: quer se consolidar como plataforma de treinamento e performance. E faz isso sem fechar as portas para desenvolvedores externos — segundo Martin, mais de 100 apps já estão conectados à API pública do Strava, e a empresa garante que não pretende restringir esse ecossistema.

“Há muitas oportunidades para melhorar a jornada do usuário”, disse o CEO após a compra da Runna. “Queremos reduzir a fricção entre planejar, treinar e compartilhar”, destacou o CEO, em comunicado.

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