Você sabia que o primeiro Battlefield quase foi exclusivo do GameCube?

Parece estranho pensar hoje, mas houve um momento em que Battlefield 1942 — sim, o jogo que deu origem a uma das franquias de FPS mais icônicas do planeta — quase se tornou um título exclusivo do Nintendo GameCube. E o motivo pelo qual isso não aconteceu não tem nada a ver com o que você provavelmente imagina.

A proposta partiu diretamente da DICE, lá no começo dos anos 2000, quando o estúdio ainda era uma desenvolvedora modesta na cena dos games. Eles bateram na porta da Nintendo oferecendo a ideia: lançar Battlefield 1942 como um exclusivo da plataforma. Só que a resposta foi um sonoro “não” — e a justificativa tem tudo a ver com uma das maiores fragilidades do console da Big N naquela geração.

O problema não era o jogo. Era o próprio GameCube

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Se você lembra do GameCube, sabe que ele tinha com bons títulos, porém, uma coisa sempre pesou contra ele: a ausência de uma estrutura robusta para jogos online. E isso foi decisivo.

Na época, Nintendo simplesmente não acreditava no futuro do online. Enquanto a concorrência, como Xbox e o PlayStation 2, começava a dar passos sólidos nessa direção, a gigante japonesa ainda estava presa ao modelo de jogatina local, de sofá, controle na mão, todo mundo na mesma sala.

Battlefield 1942, por outro lado, nasceu para ser online. Era um jogo revolucionário, pensado desde o início para partidas massivas, com até 64 jogadores em mapas gigantescos, cheios de veículos, estratégias e batalhas épicas da Segunda Guerra Mundial. Isso exigia uma infraestrutura de servidores, rede estável e suporte que o GameCube simplesmente não tinha como oferecer.

E se tivesse acontecido? Seria outro jogo

Caso Nintendo tivesse topado, o jogo precisaria ser redesenhado do zero. Esqueça batalhas massivas. A versão de Battlefield no GameCube teria que se limitar a partidas locais, talvez com meia dúzia de jogadores no máximo, usando o recurso de LAN, que exigia várias cópias do jogo, vários consoles e, claro, os raríssimos adaptadores de rede.

O próprio Jeff Kalles, que trabalhou na Nintendo of America, confirmou que a ideia chegou a ser discutida internamente, mas foi descartada exatamente porque o console não tinha uma estratégia minimamente sólida para internet.

O online no GameCube: uma promessa que nunca se cumpriu

É verdade que o GameCube chegou a ter alguns jogos com suporte online ou LAN, mas foram casos isolados. E quase todos ficaram restritos ao Japão ou a públicos muito específicos. Alguns exemplos são:

  • Phantasy Star Online I & II, que exigia assinatura mensal.

  • Mario Kart: Double Dash!!, com suporte LAN, mas sem internet real.

  • Kirby Air Ride, também com modo LAN.

  • Homeland, exclusivo japonês, um RPG online até ambicioso para a época.

  • E alguns outros, como 1080º Avalanche e Star Wars: Clone Wars, que permitiam conexão local, mas nunca online global.

O problema era claro: poucos jogos, pouco marketing dos acessórios de rede e, consequentemente, vendas ridiculamente baixas dos adaptadores.

No fim, foi melhor assim

Se Battlefield tivesse saído como exclusivo de GameCube, dificilmente seria o fenômeno que se tornou. A falta de uma base online consolidada, provavelmente, levaria o jogo a um fracasso comercial e técnico. Provavelmente, a história da série seria muito diferente, não para melhor.

A decisão da Nintendo, olhando hoje, parece ter sido correta. Não para ela, que seguiu distante do universo online naquela geração, mas para a própria DICE e para a indústria. Battlefield 1942 estreou no PC, vendeu mais de 3 milhões de cópias e abriu caminho para uma das maiores franquias da história dos FPS.

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