Sem micro nem macro: Morgan Stanley diz que CSN Mineração é “venda”

O Morgan Stanley rebaixou sua recomendação para a ação da CSN Mineração de neutra para venda, com um preço-alvo de R$ 5,30 por ação — um downside de 4% em relação ao fechamento de ontem.

Depois do relatório, a ação caminha para fechar o dia com uma queda de 5,4%, cotada a R$ 5,24. Em 12 meses o papel passa a acumular queda de 2,2%.

O enfraquecimento nos preços do minério de ferro — devido ao excesso de oferta da commodity no mercado internacional — deve impactar a performance da ação, escreveu o time liderado por Eugenia Cavalheiro.

O Morgan Santley projeta que o preço médio do minério ficará em US$ 100/t em 2025 e em US$ 95/t em 2026, abaixo dos US$ 110/t registrados em 2024.

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“Este descasamento entre oferta e demanda, que foi ajudado por uma queda da demanda chinesa e pelo aumento de oferta da mina Simandou da Rio Tinto, na Guiné, pode continuar até 2029,” disseram os analistas.

O Morgan Stanley também mostrou preocupação com a execução do plano de expansão da CSN Mineração.

A mina Itabirito P15, que deve adicionar 16,5 milhões de toneladas por ano à produção da empresa, teve o seu início de operação adiado pelo quarto ano consecutivo, de 2023 para o quarto trimestre de 2027. 

Caso o projeto não seja entregue como previsto, o modelo de valuation construído pelo banco para a empresa será afetado.

Outro ponto de pressão para o papel é o modelo de pré-pagamento utilizado pela CSN Mineração em alguns contratos.

“Acordos do tipo concedem acesso imediato a liquidez, mas levam a uma menor conversão de EBITDA para fluxo de caixa livre ao longo do tempo,” disseram. “Projetamos que o yield de fluxo de caixa livre da empresa será de -9% entre 2025 e o fim 2027.” 

O Morgan Stanley espera agora que a CSN Mineração tenha um lucro por ação de R$ 0,24 no fim de 2025, R$ 0,27 em 2026, R$ 0,19 em 2027 e R$ 0,68 em 2028.

Entre os riscos para a avaliação estão: uma demanda maior do que a prevista por minério de ferro; uma aceleração mais lenta da oferta da mina de Simandou; uma entrega bem-sucedida do plano de expansão pela empresa; um real mais fraco.

A CSN Mineração vale R$ 28,6 bilhões na Bolsa.

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