Mercados acompanham inflação nos EUA e China e commodities metálicas em alta

A segunda semana de junho será marcada por uma série de indicadores econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto no exterior, além do avanço das discussões fiscais envolvendo o IOF. Os mercados iniciam a semana atentos aos dados de inflação na China, que publicou no domingo os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) de maio. Já na madrugada de segunda-feira, o país divulga o resultado da balança comercial, com destaque para os números de importação e exportação.

No Brasil, o Boletim Focus do Banco Central abre a agenda da semana, trazendo as projeções atualizadas do mercado para juros, câmbio, inflação e PIB. Também serão acompanhados os efeitos das discussões entre o governo, o Congresso, a Câmara e o Senado em torno da tributação do IOF, com possíveis repercussões sobre o ambiente fiscal e os contratos cambiais.

Segundo Francisco Alves, operador de mercado e comentarista do programa Pré-Market da BM&C News, a reunião entre os representantes da Fazenda e o Congresso é um dos temas centrais da semana. “Aguardaremos os desdobramentos dessa reunião para ver o impacto das mudanças em relação ao IOF”, afirmou.

Na terça-feira, o IBGE divulga o IPCA de maio, índice que baliza as expectativas de inflação e deve influenciar a trajetória da taxa Selic. Alves destaca a importância desse dado para a política monetária: “É um indicador que vai nortear o desempenho da economia aqui no país em relação aos números de inflação”, disse.

No exterior, os olhos do mercado se voltam para os Estados Unidos, que divulgarão o CPI na quarta-feira e o PPI na quinta-feira. Esses indicadores devem influenciar a próxima decisão do Federal Reserve, marcada para 18 de junho. Com a proximidade da reunião, os dirigentes do Fed já entraram no período de silêncio, sem manifestações públicas nesta semana. Além disso, a agenda global inclui dados de inflação na Alemanha, Espanha, França e Portugal, além do PIB mensal do Reino Unido.

Alves também destacou os efeitos das tensões geopolíticas e comerciais sobre os mercados. “Vamos monitorar a guerra da Ucrânia com a Rússia, uma vez que Putin prometeu revidar os ataques, e também acompanhar as conversações entre Estados Unidos e China sobre tarifas comerciais, com expectativa de encontro de autoridades dos dois países em Londres”, disse.

Entre os ativos, o operador chama atenção para o desempenho expressivo das commodities metálicas. “Prata, platina e paládio pegaram um rali significativo ao longo do ano, acompanhando a alta do ouro, com mais de 25%, 27% e 29% de valorização acumulada, respectivamente”, observou. Segundo ele, esse movimento está relacionado à pressão inflacionária e às incertezas comerciais. O petróleo também se destacou na última semana, com alta superior a 6%, influenciado pelas expectativas em torno de um eventual acordo comercial entre EUA e China.

Na semana encerrada em 7 de junho, as bolsas globais fecharam em alta. O S&P 500 subiu 1,50% e atingiu os 6.000,36 pontos, novo recorde desde fevereiro. O Nasdaq avançou 2,18% e o Dow Jones ganhou 1,17%. Na Europa, o Stoxx 600 teve alta de 0,90%, com os índices de Londres, Paris e Frankfurt subindo 0,72%, 0,68% e 1,26%, respectivamente. A ação da Tesla, que havia recuado 14,3% na véspera, subiu 3,67% na sexta-feira.

No Brasil, o Ibovespa caiu 0,67% na semana, acumulando sua terceira queda semanal seguida. No ano, ainda registra alta de 13,15%. O dólar comercial encerrou a sexta-feira cotado a R$ 5,5698, com queda de 0,26% no dia e recuo de 2,62% na semana. Em 2025, o dólar já acumula desvalorização de 9,88%. Os juros futuros inverteram e fecharam em queda, refletindo a leitura mais branda dos dados econômicos.

No mercado de commodities, o petróleo teve forte valorização semanal: o WTI subiu 6,23% e o Brent avançou 6,15%. Nos metais, o ouro para agosto recuou 0,84% no dia, mas fechou a semana em leve alta de 0,05% e acumula valorização de 26% no ano. A prata e a platina seguem entre os maiores destaques, com ganhos acumulados de 25% e 29%, respectivamente, enquanto o paládio subiu 5,35% apenas na sexta-feira.

Na B3, o fluxo estrangeiro segue positivo. No dia 4 de junho, houve entrada líquida de R$ 31,5 milhões. No acumulado do mês, o saldo já é positivo em R$ 601 milhões, e em 2025, a entrada líquida soma R$ 21,2 bilhões.

Entre os indicadores mais recentes, o payroll dos Estados Unidos mostrou a criação de 139 mil vagas em maio, com taxa de desemprego de 4,2%. Os salários subiram 0,4% no mês e acumulam alta de 3,9% em 12 meses. No Brasil, o IGP-DI da FGV caiu 0,85% em maio, após alta de 0,30% em abril. O índice acumula variação de 0,05% em 2025 e 6,27% em 12 meses.

Políticas monetárias também seguem em foco. A Rússia reduziu sua taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 20%, enquanto a Índia cortou os juros em 0,50 ponto, fixando a taxa em 5,50%.

Com isso, os mercados iniciam a segunda semana de junho atentos ao comportamento da inflação global, aos desdobramentos das tensões comerciais e à evolução do cenário fiscal no Brasil.

Veja mais notícias aqui.

Acesse o canal de vídeos da BM&C News. 

O post Mercados acompanham inflação nos EUA e China e commodities metálicas em alta apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.