Escalada geopolítica afeta o petróleo e Petrobras pode aumentar preço do diesel em R$ 0,34

A escalação das tensões no Oriente Médio, com o recente ataque de Israel ao Irã, trouxe um impacto direto no mercado de petróleo e nos preços dos combustíveis no Brasil. O aumento na volatilidade dos preços do petróleo elevou a defasagem nos preços da gasolina e diesel no país, comparado ao mercado internacional, afetando a Petrobras e as operações de importação de combustíveis no país.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem no preço do diesel nas refinarias da Petrobras atingiu 11%, enquanto na Refinaria de Mataripe, da Acelen, a diferença foi de 10%. A gasolina, por sua vez, apresenta uma defasagem de 6%, ou seja, R$ 0,16 por litro abaixo dos preços praticados no Golfo do México, que é o parâmetro utilizado pelos importadores brasileiros.

Com a disparada do preço internacional do petróleo — que ultrapassou os US$ 70 o barril —, a Abicom indica que o Brasil poderá enfrentar um aumento significativo nos preços dos combustíveis. A tendência é que a Petrobras repasse uma alta de R$ 0,34 por litro no diesel.

Além do petróleo: câmbio também impacta o preço do combustível

Além da escalada do petróleo, o câmbio em alta tem sido um fator adicional de pressão nos preços dos combustíveis no Brasil. O aumento do valor do dólar torna os combustíveis importados mais caros, já que uma parte significativa dos combustíveis no país é adquirida no mercado internacional.

Petróleo no radar: fechamento das janelas de importação de combustíveis

A tensão geopolítica e o aumento nos preços do petróleo impactaram diretamente as janelas de importação de combustíveis. Segundo a Abicom, com o agravamento da situação, essas janelas voltam a se fechar, dificultando ainda mais a competição entre os preços internos e externos dos combustíveis. Isso pode resultar em uma pressão adicional sobre os preços no Brasil, levando a ajustes frequentes no mercado.

O mercado agora acompanha de perto os próximos movimentos do governo e da Petrobras, que deve tomar decisões sobre a política de reajustes nos preços do diesel e da gasolina. Com o cenário de alta nos preços internacionais do petróleo e a pressão do câmbio, o Brasil segue monitorando o impacto no bolso do consumidor e as implicações econômicas para a cadeia produtiva de diversos setores, especialmente o transporte e a indústria.

O aumento dos preços do petróleo e a defasagem nos combustíveis domesticamente abrem espaço para novos ajustes no preço do diesel, o que, no atual contexto, pode ter impactos inflacionários consideráveis”, disse Abicom, ressaltando a preocupação com o impacto econômico.

Preço do petróleo e câmbio: Pedro Rodrigues explica impacto na Petrobras

Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, destaca que o cenário atual de volatilidade nos preços do petróleo torna difícil prever o comportamento da Petrobras em relação aos reajustes. Ele explica que a política de preços da Petrobras não segue um gatilho automático, o que torna a situação ainda mais imprevisível. “Se o preço do barril de petróleo continuar subindo, a Petrobras pode ser forçada a ajustar os preços ao consumidor, mas isso depende de uma série de fatores, como o câmbio e a política de preço vigente“, afirma Rodrigues.

Ele também observa que, no momento, a Petrobras pode optar por manter a defasagem nos preços, absorvendo a diferença, como já acontece em alguns casos. “A Petrobras tem a liberdade de subir o preço quando achar necessário, mas com o atual cenário de ‘abrasileiramento’, não há como afirmar com certeza quando ou se os preços irão subir“, conclui o especialista.

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