Para CEO do iFood, fidelização é uma oportunidade

Diego Barreto, CEO do iFood, durante o VC Day | Foto: Divulgação
Diego Barreto, CEO do iFood, durante o VC Day | Foto: Divulgação

A intenção do iFood de se tornar uma espécie de superapp no Brasil não é surpresa para ninguém, mas o que está por trás da ideia é a criação de um ecossistema que atenda ao mercado em diferentes frentes. Para isso, a fidelização é um elemento importante – e ainda pouco explorado enquanto negócio no Brasil, disse o CEO do iFood, Diego Barreto, durante participação no VC Day promovido nesta sexta-feira pela ABVCAP.

“Acho que ainda falta, no mundo, um bom trabalho de loyalty. Falta uma lógica de ecossistema em que você consegue trazer muita gente e essas pessoas terem um alinhamento comum de interesse e, a partir disso, elas colocarem seus ativos no lugar e tudo aquilo vira uma forma de atrair e ter consumidores”, disse o executivo, em um keynote com Pedro Melzer, partner na Patria Investimentos e vice-presidente da ABVCAP.

O CEO do iFood também comentou sobre o que é feito na China, com superapps como o WeChat, que concentra tanto mensagens instantâneas, como no WhatsApp, como redes sociais, pagamentos, marketplace, jogos, feed de notícias, entre outros serviços.

“Na prática, a lógica ali é muito mais você ter pessoas que estão alinhadas no interesse, colocam os seus ativos ali e aquilo vai trazendo a lealdade para um outro patamar. Não é efeito de rede. São duas coisas diferentes. Isso aqui na América Latina ainda está totalmente para ser desbravado”, explicou.

Entre outras oportunidades que Diego Barreto citou na América Latina estão os setores de logística, saúde, cripto e blockchain (com destaque para as stablecoins). Perguntado sobre como alocaria sua carteira de investimentos, caso tivesse US$ 5 bilhões para investir em venture capital, o executivo foi pragmático:

“Colocaria 20% em saúde, em empresas que estão trabalhando com essa base de dados agregada no Brasil. Uns 20% eu colocaria em Drex. Mais 20% eu colocaria na coordenação de cadeia de valor lá no começo do B2B. Do produtor para frente, da indústria para frente. E não aquilo do meio para o last mile. Acho que tem muita coisa para ser descoberta lá. E outros 20% eu colocaria nos jet skis do iFood, porque vão surgiu outros unicórnios lá de dentro”, brincou.

O iFood tem apostado em uma estratégia de explorar novas ideias disruptivas e inovadoras dentro da companhia, chamadas de “jet skis” – times temporários que têm a missão de colocar ideias a teste e transformá-las em projetos-piloto.

Além disso, dentro dessa visão de ecossistema, o iFood tem comprado outras empresas para integrar à sua operação, como a Anota AI, plataforma que automatiza o atendimento e a gestão por meio de um bot integrado ao WhatsApp. Neste ano, a companhia também anunciou a compra de três empresas com sistemas de gestão para restaurantes: a Opdv, a Saipos e a 3S Checkout.

O CEO do iFood também falou sobre os bastidores por trás da criação do iFood Benefícios, o cartão de benefícios flexíveis desenvolvido pela companhia para empresas.

“A gente sempre quis integrar os vales refeição e alimentação no nosso app. As empresas não quiseram. O que a gente fez? A gente criou a nossa empresa. E fomos à Brasília e mostramos para o governo que os incumbentes cobravam 5%, 6%, 7% dos restaurantes, enquanto no iFood saía por 3%. Em 2021 foi aprovada uma lei que mudou, criando a interoperabilidade e a portabilidade que agora estão no processo de implementação”, disse.

A companhia também tem apostado em parcerias com outras empresas, como a Decolar, do segmento de viagens, e com a Uber, para ampliar a oferta de benefícios aos clientes. Recentemente, em meio à briga pelo mercado de delivery no Brasil – e a chegada de novos players, como 99 Food e a chinesa Keeta, da gigante Meituan –, o iFood também tem buscado estreitar seu relacionamento com os entregadores. Na semana passada, a companhia anunciou um novo pacote de benefícios para a categoria.

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