Consumo de ultraprocessados custa R$ 10,4 bilhões ao Brasil! Entenda

O consumo de alimentos ultraprocessados tem gerado um impacto significativo na saúde pública do Brasil, culminando em custos estimados em R$ 10,4 bilhões ao ano. Este dado alarmante provém de uma pesquisa desenvolvida por Eduardo Nilson, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP) e da Fiocruz Brasília. O estudo foi solicitado pela ACT Promoção da Saúde, organização que defende intervenções políticas para a promoção de alimentação saudável.

A proposta da ACT inclui a aplicação de um “imposto do pecado” sobre alimentos ultraprocessados na reforma tributária, em contraste com uma alíquota zero sobre alimentos in natura. Esta medida visa mitigar os danos econômicos e de saúde pública associados a esses produtos. As estatísticas revelam um cenário preocupante, que demanda atenção urgente das autoridades para redução do consumo de alimentos ultraprocessados.

Quais são os custos associados ao consumo de ultraprocessados?

Os gastos gerados pelo consumo desses alimentos estão divididos entre custos diretos e indiretos. Os custos diretos envolvem despesas médicas arcadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de condições crônicas como diabetes tipo 2, obesidade e hipertensão. Estes custos totalizam R$ 933,5 milhões anuais, representando cerca de 25% de todo o gasto com tratamento dessas doenças no Brasil.

Nos custos indiretos, são levadas em consideração as perdas econômicas associadas à morte precoce de indivíduos em idade produtiva, resultando em aproximadamente R$ 9,2 bilhões anuais. Estes números destacam a urgência em reavaliar a abordagem em relação à produção e consumo de alimentos ultraprocessados, tendo em vista seu efeito deletério na economia do país.

Consumo de ultraprocessados custa R$ 10,4 bilhões ao Brasil! Entenda | Créditos: depositphotos.com / sripfoto

Como os ultraprocessados afetam diferentes demografias no Brasil?

O estudo também destacou diferenças de gênero no impacto dos alimentos ultraprocessados. As mulheres, por exemplo, apresentam custos mais elevados relacionados à obesidade, enquanto os homens têm maiores despesas associadas ao diabetes e hipertensão. Em relação ao público infantil, a pesquisa mostra que 25% da ingestão calórica de crianças menores de cinco anos é proveniente de ultraprocessados, porcentagem que sobe para 30% na faixa etária entre dois e cinco anos.

Esses dados são suportados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE e o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), indicando que a problemática dos ultraprocessados requer atenção direcionada em políticas de saúde pública voltadas para mulheres e crianças.

Qual é a gravidade das mortes associadas a esses produtos?

A mortalidade prematura atribuível ao consumo de alimentos ultraprocessados atinge 57 mil mortes anuais, correspondendo a 10,5% do total de óbitos por todas as causas no país. Tal impacto é ainda mais pronunciado em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, onde o percentual de morte pela ingestão desses produtos supera a média nacional.

Este cenário reforça a necessidade de estratégias de intervenção que priorizem a educação alimentar e a redução do consumo de ultraprocessados, com medidas que possam incluir desde a regulação até a tributação adicional desses produtos, visando minimizar suas consequências para a saúde pública.

Considerações finais sobre os alimentos ultraprocessados

Diante dos custos associados e dos impactos negativos na saúde da população brasileira, é evidente que uma reavaliação na política de produção e consumo de ultraprocessados é essencial. A aplicação de medidas fiscais e educativas pode ser um passo importante para conter o aumento das doenças crônicas e a mortalidade prematura.

A implementação de políticas públicas eficazes poderá não apenas aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, mas também melhorar a qualidade de vida geral da população. Assumir uma postura ativa contra o consumo excessivo de ultraprocessados é um desafio que reflete não apenas a saúde pública, mas a sustentabilidade econômica a longo prazo.

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