IPCA-15 de novembro avança 0,62% com alta nos preços de alimentos e transportes

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,62% em novembro de 2024, superando os 0,54% observados em outubro. Esse resultado representa um aumento de 0,08 ponto percentual (p.p.), refletindo pressões nos preços de alimentos, transporte e despesas pessoais. No acumulado do ano, o IPCA-15 subiu 4,35%, enquanto a taxa dos últimos 12 meses chegou a 4,77%, acima dos 4,47% registrados no período anterior.

Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados, oito registraram alta em novembro. Os principais responsáveis pelo aumento foram os setores de alimentação e bebidas e de transportes. Além disso, despesas pessoais também impactou o índice.

Choques de oferta e impulso fiscal pesam na inflação

A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, utilizou suas redes sociais para comentar o indicador e reforçar a persistência de desafios para o Banco Central. Segundo ela, “a inflação elevada é consequência de choques de alimentos e do impulso fiscal excessivo, o que mantém o problema no radar do BC”. A economista acrescenta que, embora a política monetária continue bastante restritiva, os resultados esperados ainda não se materializaram.

Apesar da leve desaceleração mensal, os núcleos de inflação e os serviços subjacentes ainda apontam para uma resistência inflacionária estrutural. Esses componentes, que são menos voláteis e excluem itens como energia e alimentos, permanecem em patamares considerados elevados, sugerindo que a inflação subjacente não cedeu conforme o esperado. A política monetária, com taxa Selic elevada, continua sendo o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. No entanto, o impacto efetivo das altas taxas sobre os preços ainda não é suficiente para aproximar o índice da meta. “Os dados qualitativos, embora tenham melhorado ligeiramente, mostram como a inflação ainda é resiliente no Brasil”, reforçou Rafaela.

O Banco Central deve continuar monitorando os efeitos da política monetária restritiva enquanto busca alinhar os índices inflacionários com a meta estabelecida. Rafaela Vitória alerta que o equilíbrio entre impulso fiscal e controle inflacionário será determinante para o sucesso dessa estratégia.

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