“Dados do PIB reforçam visão de resiliência da economia americana”, diz economista

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou crescimento anualizado de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, ficando abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam um avanço de 3%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Escritório de Análise Econômica (BEA).

Essa desaceleração revela um recuo em relação ao segundo trimestre, quando o PIB teve um crescimento final de 3%, sugerindo que a economia americana pode estar perdendo força à medida que o ano avança.

Segundo análise de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, apesar de levemente abaixo do esperado o dado reforça a visão da resiliência da economia americana e principalmente do consumidor americano, corroborando ao cenário de soft ou no landing. “A economia segue crescendo, a inflação cedendo e os dados do mercado de trabalho é o fator a ser observado para estimação dos impactos e nuances esperados nos juros nos EUA”, explica Castro Alves.

“Em termos de impacto no mercado vimos esse como limitado. O mercado parece seguir focado nos resultados que são divulgados essa semana assim como nos dados de emprego que serão divulgados na sexta – Payroll”, conclui o estrategista-chefe da Avenue.

Além do PIB, o mercado de trabalho também foi divulgado e, segundo Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, esse dado também trouxe clareza quanto aos sinais do ritmo da taxa de juros por lá. “A princípio, a expectativa para o relatório ADP de outubro era de 110 mil novos empregos, mas o número de 233 mil surpreendeu boa parte do mercado, que segue buscando dados para ancorar as expectativas de condução da política monetária”, explicou o analista.

“O movimento tende a fazer com que o Fed não demonstre muita clareza quanto aos próximos passos, mas que siga defendendo a ideia de uma decisão que continuará sendo influenciada por cada indicador, trazendo, assim, muita volatilidade para o mercado. Uma coisa é certa, os Estados Unidos seguem surpreendendo com sinais de resiliência da economia norte americana. Vale lembrar que o ritmo de cortes visa ajustar a política monetária de forma cautelosa, sustentando o crescimento sem pressionar demais a inflação”, finaliza Sidney Lima.

Índice de Preços PCE surpreende e pressiona decisões do Fed

Além do desempenho econômico abaixo das previsões, o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que mede a inflação ao consumidor, avançou 1,5%, muito abaixo da expectativa de 3,2%. Esse dado é relevante porque a inflação baixa pode sugerir que a demanda interna também perdeu fôlego, um ponto de atenção para o Federal Reserve (Fed) ao definir sua política monetária.

Excluindo os preços de alimentos e energia, o núcleo do PCE subiu 2,2%, ligeiramente acima das expectativas do mercado, que eram de 2,1%. Isso pode manter o Fed em alerta, embora o cenário geral sinalize um ambiente de inflação controlada.


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