Brasil pode se tornar polo estratégico na nova ordem do comércio global, entenda

Você pode pagar mais imposto sobre herança do que imagina com as novas regras

Com as tensões comerciais entre Estados Unidos e seus parceiros ganhando novos capítulos, especialistas começam a projetar não apenas os riscos da escalada protecionista, mas também as oportunidades que esse cenário abre para mercados emergentes. Na avaliação do economista e doutor em Relações Internacionais Igor Lucena, o Brasil tem potencial para se beneficiar do redesenho das cadeias globais de valor que está em curso.

Em um contexto de desglobalização e aumento de tarifas, as empresas buscam alternativas que permitam manter o acesso a mercados estratégicos com custos competitivos“, explica Lucena. “Países como o Brasil, o Reino Unido e a Austrália, que não estão no epicentro das medidas protecionistas dos EUA, se tornam opções naturais.”

De acordo com o especialista, o Brasil possui vantagens importantes, como uma base industrial diversificada, recursos naturais abundantes e acesso a importantes blocos comerciais, como o Mercosul. Além disso, acordos comerciais em negociação podem ampliar o alcance dos produtos brasileiros, especialmente em setores como agronegócio, mineração e tecnologia verde.

Brasil na nova geopolítica do comércio

Lucena lembra que o avanço da desglobalização não significa o fim do comércio internacional, mas sim a sua reorganização. “As cadeias de produção tendem a ficar mais regionalizadas. É uma grande oportunidade para o Brasil atrair investimentos estrangeiros diretos e se consolidar como hub exportador para países que buscam fugir das tarifas aplicadas a outros mercados“, avalia.

Nesse novo desenho, o país também pode se posicionar como fornecedor confiável de commodities críticas, especialmente energia e alimentos, num momento em que a segurança alimentar e energética está no topo das prioridades globais.

O Brasil tem petróleo, gás, e é um dos maiores exportadores agrícolas do mundo. Se souber aproveitar, pode transformar essa vantagem natural em protagonismo geopolítico“, afirma o economista.

Desafios ainda existem — e não são poucos

No entanto, Lucena alerta que o país precisa resolver gargalos estruturais para aproveitar plenamente essa oportunidade. “Sem melhorias na infraestrutura logística, simplificação tributária e segurança jurídica para investidores, o Brasil corre o risco de ver essa janela de oportunidade se fechar“, diz.

Além disso, destaca o especialista, será essencial que o país invista em qualificação de mão de obra e acelere as pautas de inovação e transição energética. “O mundo busca hoje não apenas fornecedores de matérias-primas, mas parceiros industriais de alto valor agregado“, reforça.

Olhar de longo prazo e protagonismo regional

Para Lucena, o Brasil tem a chance de se posicionar como um protagonista regional nas novas cadeias de valor, especialmente na América Latina. “Se houver coordenação política e visão de longo prazo, o país pode se tornar não apenas uma alternativa, mas um destino preferencial para empresas que desejam reduzir riscos e custos em meio à fragmentação da globalização“, finaliza.

Enquanto as grandes potências travam suas batalhas comerciais, o Brasil se vê diante de uma rara oportunidade de fortalecimento no cenário internacional — mas precisa agir rápido para transformar o potencial em realidade.

Leia mais notícias e análises clicando aqui

O post Brasil pode se tornar polo estratégico na nova ordem do comércio global, entenda apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.