10 filmes ruins que conquistaram o público brasileiro (e onde assisti-los em 2025)

Sabe quando um filme é tão ruim, mas tão ruim que acaba ficando bom? Pois é, filmes como As Branquelas e Space Jam são considerados clássicos no Brasil, mas a crítica especializada revirou os olhos para eles. Filmes como estes carregam o rótulo de “ruins” pela crítica especializada, mas conquistaram o coração do público brasileiro de forma avassaladora, transformando-se em verdadeiros fenômenos culturais. Cenas icônicas, frases repetidas à exaustão e até mesmo memes que atravessaram gerações.

O que define um filme como “ruim”? Notas baixas no Rotten Tomatoes? Avaliações negativas de críticos renomados? A questão é mais complexa e subjetiva do que parece. Enquanto muitas produções foram destruídas em reviews especializados, as mesmas obras lotaram salas de cinema, geraram milhões em bilheteria e, mais importante, criaram exércitos de fãs dedicados que continuam a defendê-las décadas depois.

Neste artigo, selecionamos 10 produções que, apesar da reputação questionável entre críticos, conquistaram o público brasileiro de forma irrestrita. São filmes que você provavelmente já assistiu mais de uma vez, citou em conversas e, talvez, até se emocionou – mesmo sabendo que não são exatamente obras-primas do cinema. E o melhor: vamos mostrar onde você pode revê-los nas plataformas de streaming em 2025.

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As Branquelas (2004) – O fenômeno brasileiro que a crítica detestou

Com apenas 15% de aprovação no Rotten Tomatoes (kkkkkkkkkk), “As Branquelas” foi massacrado pela crítica internacional. O humor considerado grosseiro, as caracterizações exageradas e o uso de estereótipos foram alvos de duras críticas. Mas no Brasil? O filme se tornou um verdadeiro fenômeno cultural.

A história dos irmãos Wayans se disfarçando de socialites ricas gerou incontáveis bordões que se incorporaram ao vocabulário brasileiro. Quem nunca ouviu alguém dizer “Vamos fazer compras!” com o sotaque característico? Ou a famosa cena da dancinha que virou referência obrigatória em festas?

A dublagem brasileira, considerada por muitos superior à versão original, contribuiu significativamente para o sucesso do filme no país. Terry Crews e sua performance memorável como Latrell Spencer também se tornaram ícones da cultura pop nacional.

Onde assistir: Netflix

Todo Mundo em Pânico (2000) – O rei das paródias

Com 51% de aprovação crítica no Rotten Tomatoes (por pouco não atingiu o status de “aprovado”), “Todo Mundo em Pânico” inaugurou uma era de paródias cinematográficas que dominou os anos 2000. A crítica especializada o considerou infantil, de humor fácil e previsível.

O público brasileiro, no entanto, abraçou completamente a comédia dirigida pelos irmãos Wayans. As referências a filmes como “Pânico” e “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” funcionaram perfeitamente para uma geração que cresceu assistindo a esses títulos.

A personagem de Anna Faris se tornou icônica, e várias cenas do filme – como a da máscara do assassino ou da professora sedutora – viraram referências culturais duradouras. No Brasil, repetições constantes na TV aberta ajudaram a consolidar o filme como clássico cult.

Onde assistir: Mercado Play (gratuito com anúncios)

Click (2006) – Quando Adam Sandler nos fez chorar

Adam Sandler é conhecido por suas comédias que raramente agradam críticos. “Click” não foi exceção, com apenas 34% de aprovação no Rotten Tomatoes. Criticado por misturar humor vulgar com drama forçado, o filme foi considerado mais uma produção descartável do comediante.

Para o público brasileiro, no entanto, “Click” representou uma experiência surpreendentemente emocional. O que começa como uma típica comédia sobre um controle remoto mágico que permite avançar partes da vida evolui para uma reflexão sobre tempo, família e arrependimento.

A cena em que o personagem de Sandler, já idoso, corre atrás do filho na chuva emocionou espectadores que esperavam apenas rir. Essa mistura inesperada de comédia e drama tocou especialmente o público brasileiro, transformando o filme em um favorito nas exibições televisivas.

Onde assistir: Max, Amazon Prime Video ou Telecine

Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006) – O azarão que virou cult

Considerado por anos o “filme mais fraco” da franquia Velozes e Furiosos, “Desafio em Tóquio” recebeu apenas 38% de aprovação crítica. A ausência dos protagonistas originais (Vin Diesel e Paul Walker aparecem apenas brevemente) e a mudança radical de cenário foram mal recebidas inicialmente.

No entanto, o tempo foi gentil com este filme. No Brasil, a cultura do drift e dos carros modificados, muito presente no país, encontrou representação nas telas. O cenário japonês, as corridas nas montanhas e a trilha sonora marcante criaram uma estética única que acabou se tornando referência.

Com o passar dos anos, “Desafio em Tóquio” ganhou status de cult entre os fãs brasileiros de automobilismo e da franquia. As cenas de corrida, com técnicas de drift impressionantes (e fisicamente impossíveis), são celebradas até hoje em comunidades de entusiastas.

Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video ou Telecine

Premonição (2000) – Terror que virou meme

“Premonição” foi lançado com pouca expectativa e recebeu 36% de aprovação crítica. Considerado um terror formulaico com atuações medianas, o filme não impressionou especialistas. Mas para o público brasileiro, a produção deixou marcas profundas.

A premissa de jovens tentando escapar da morte após uma premonição fatal criou uma série de cenas memoráveis. A sequência inicial do acidente de avião gerou um pânico real em muitos espectadores brasileiros, que até hoje mencionam o filme antes de viagens aéreas.

Mais que isso, as mortes elaboradas e, por vezes, absurdas se tornaram referência do gênero. No Brasil, o filme gerou uma febre de discussões sobre “sinais” e premonições, além de inúmeros memes sobre objetos cotidianos que poderiam se tornar letais, seguindo a lógica do filme.

Onde assistir: Max

Con Air: A Rota de Fuga (1997) – Ação exagerada no seu melhor momento

Esse aqui é o meu guilty pleasure. Tinha esse filme gravado em VHS e sempre assistia na hopra do almoço, antes de ir para a escola. Com 58% de aprovação crítica (tecnicamente “fresco” no Rotten Tomatoes, mas não entre os críticos de elite), “Con Air” foi visto como um filme de ação exagerado e inverossímil. Nicolas Cage, com seu longo cabelo e sotaque sulista, virou alvo de piadas.

Para o público brasileiro, no entanto, o filme representa a quintessência da ação dos anos 90: exagerada, explosiva e sem compromisso com a física ou a lógica. A premissa de criminosos tomando um avião prisional e o herói tentando salvar o dia criou momentos inesquecíveis.

O elenco estelar, com John Malkovich como vilão carismático e atores como Steve Buscemi e Ving Rhames, elevou o material. No Brasil, onde filmes de ação têm grande apelo, “Con Air” se tornou presença constante na programação televisiva, solidificando seu status de clássico cult.

Onde assistir: Disney+

Norbit (2007) – A comédia politicamente incorreta

Com apenas 9% de aprovação no Rotten Tomatoes, “Norbit” está entre os filmes mais mal avaliados desta lista. Criticado por seu humor baseado em estereótipos e pelo uso de prosthetics para Eddie Murphy interpretar múltiplos papéis, incluindo uma mulher obesa, o filme foi considerado ofensivo e de mau gosto.

No Brasil, contudo, a comédia de Eddie Murphy encontrou um público receptivo. O humor físico e as transformações do ator em diferentes personagens impressionaram espectadores, e muitas das piadas, embora problemáticas pelos padrões atuais, viraram referências humorísticas.

O contraste entre a recepção crítica devastadora e o sucesso comercial (US$ 159 milhões mundialmente) exemplifica perfeitamente a distância entre opinião especializada e gosto popular. “Norbit” continua sendo redescoberto por novas gerações, apesar – ou talvez por causa – de seu humor controverso.

Onde assistir: Netflix, Mercado Play (gratuito com anúncios) ou Telecine

Scooby-Doo (2002) – Da animação para as telas

A adaptação live-action de “Scooby-Doo” recebeu apenas 32% de aprovação crítica. Considerado infantil demais para adultos e bobo demais para crianças, o filme foi criticado por seu humor escatológico e efeitos especiais questionáveis.

Para o público brasileiro, especialmente os que cresceram assistindo ao desenho, o filme trouxe nostalgia em forma pura. A caracterização precisa de Matthew Lillard como Salsicha foi universalmente elogiada, e até hoje é considerada uma das melhores transposições de personagem animado para live-action.

O filme ganhou vida própria na cultura brasileira, com exibições constantes na TV aberta e referências que persistem, como a famosa risada do Salsicha ou as cenas de Scooby e Salsicha na cozinha. O Brasil abraçou o tom camp e a abordagem cartunesca que críticos detestaram.

Onde assistir: Max

A Lenda do Tesouro Perdido (2004) – Aventura que conquistou famílias

Com 46% de aprovação crítica, “A Lenda do Tesouro Perdido” foi descrito como uma versão menos interessante de “Indiana Jones” misturada com “Código Da Vinci”. O roteiro foi considerado absurdo, e a premissa de roubar a Declaração de Independência foi ridicularizada.

Para o público brasileiro, no entanto, o filme de Nicolas Cage ofereceu uma aventura familiar acessível e cheia de quebra-cabeças históricos. A história de caça ao tesouro, com pistas escondidas em monumentos históricos, criou uma experiência educativa e divertida.

O filme gerou interesse por história americana entre o público brasileiro e se tornou um clássico das tardes de domingo na TV. A performance característica de Nicolas Cage, com suas expressões exageradas e entrega intensa, conquistou fãs que apreciam o ator justamente por essas qualidades.

Onde assistir: Disney+

Space Jam: O Jogo do Século (1996) – Basquete com desenhos animados

Com 44% de aprovação crítica, “Space Jam” foi visto como um produto comercial feito para vender tênis e mercadorias. Críticos consideraram a mistura de Looney Tunes com Michael Jordan forçada e a trama simplista demais. Na época que o filme foi lançado eu tinha apenas 8 anos. Lembro que Space Jam foii uma verdadeira sensação na minha pequena bolha infantil.

No Brasil, o filme atingiu status de clássico instantâneo. A combinação de basquete – esporte que ganhou popularidade no país nos anos 90 graças à Dream Team – com os personagens queridos da Warner Bros. criou uma experiência única para crianças da época.

A trilha sonora, que incluía “I Believe I Can Fly” de R. Kelly, se tornou onipresente, e o filme ajudou a solidificar a imagem de Michael Jordan como ícone cultural além das quadras. No Brasil, onde o baskete tem forte apelo entre jovens, “Space Jam” transcendeu seu status de filme infantil para se tornar referência intergeracional.

Onde assistir: Max

Por que amamos filmes “ruins”?

Existe algo fascinante na maneira como esses filmes, considerados tecnicamente falhos ou artisticamente duvidosos, conseguem criar conexões tão profundas com o público. No Brasil, especificamente, fatores culturais únicos contribuem para essa recepção calorosa:

  • Dublagem de qualidade: Muitos desses filmes receberam dublagens brasileiras excepcionais que adicionaram camadas de humor e personalidade.
  • Exibição constante na TV aberta: Filmes como “Todo Mundo em Pânico” e “As Branquelas” foram exibidos repetidamente em canais como SBT e Globo, criando familiaridade e nostalgia.
  • Cultura de assistir em grupo: No Brasil, assistir a comédias ou filmes de ação em grupos de amigos ou família é comum, amplificando reações e criando memórias compartilhadas.
  • Memes e referências culturais: Muitos desses filmes geraram memes que se espalharam rapidamente na cultura brasileira, perpetuando sua relevância.

Nossa relação com esses “filmes ruins” revela algo importante sobre como consumimos arte: nem sempre buscamos perfeição técnica ou profundidade narrativa. Às vezes, queremos apenas diversão sincera, momentos memoráveis e experiências que possamos compartilhar.

Você tem algum filme “ruim” favorito que não entrou na nossa lista? Compartilhe nos comentários e conte por que ele merece ser celebrado, apesar das críticas negativas. Afinal, como dizem, gosto não se discute – e ainda bem que é assim!

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