FGTS está seguro: STJ impede penhora para pagar honorários!

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) desempenha um papel crucial na segurança financeira dos trabalhadores brasileiros. Recentemente, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou a proteção legal deste fundo ao decidir que seus saldos não podem ser utilizados para quitar dívidas de honorários advocatícios. Esta decisão foi fundamentada no artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.036/1990, que estabelece a impenhorabilidade do FGTS.

O caso que levou a essa decisão envolveu uma advogada que tentava penhorar cerca de R$ 50 mil do FGTS de um ex-cliente para cobrir honorários. Embora o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) tenha inicialmente permitido a penhora, alegando a natureza alimentar dos honorários, a decisão foi contestada no STJ. O tribunal superior manteve a posição de que o FGTS é destinado a situações de segurança e subsistência, reforçando sua proteção.

O Que é o FGTS e Como Funciona?

O FGTS é um fundo criado com a finalidade de amparar o trabalhador em situações de demissão sem justa causa, além de ser utilizado em casos de doenças graves e aposentadoria. É um direito de todos os trabalhadores regidos pela CLT, sendo constituído por depósitos mensais realizados pelo empregador em contas abertas na Caixa Econômica Federal, em nome dos empregados.

A legislação assegura que o FGTS só pode ser movimentado pelo trabalhador em condições específicas, como a compra da casa própria, calamidade pública ou aposentadoria. Esta vedação de sua utilização para outros propósitos é uma medida de segurança financeira, garantindo ao trabalhador um amparo em momentos críticos.

Por Que o FGTS É Considerado Impenhorável?

A decisão do STJ baseou-se na distinção crucial entre diferentes tipos de créditos de natureza alimentar. Enquanto pensões alimentícias e salários possuem urgência imediata e são essenciais para a subsistência, os honorários advocatícios, embora sejam alimentares por definição, não demandam a mesma urgência.

O relator do caso, ministro Antonio Carlos Ferreira, destacou que a impenhorabilidade do FGTS deve ser mantida para proteger a dignidade humana, assegurando que os trabalhadores possam contar com esses recursos em períodos de desemprego ou em emergências de saúde.

Como a Decisão Impacta Trabalhadores e Credores?

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Esta decisão do STJ ressalta a função protetiva do FGTS, reforçando que os trabalhadores têm uma garantia de recursos em momentos de vulnerabilidade. Para credores, especialmente advogados, isso significa que devem buscar outras fontes legítimas de pagamento, resguardando o fundo para sua real finalidade.

O tribunal determinou que o bloqueio do FGTS fosse desfeito e que o tribunal de origem revisse a situação para garantir que o sustento do devedor não fosse comprometido, enfatizando a importância de equilibrar os direitos dos credores com a proteção dos devedores.

Quais as Implicações Futuras para o Direito Trabalhista?

Essa posição do STJ pode se tornar um importante precedente em casos futuros, reforçando a interpretação de leis que salvaguardam direitos trabalhistas. A proteção do FGTS reflete a preocupação contínua do Judiciário em assegurar que os trabalhadores tenham acesso a seus direitos sem que esses sejam ameaçados por dívidas oriundas de diferentes naturezas.

Por fim, essa decisão também impulsiona uma reflexão sobre a necessidade de aprimoramento constante das garantias trabalhistas, alinhando a legislação à realidade socioeconômica do Brasil.

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