Pesquisa analisou mais de mil CEOs e encontrou uma característica que pode ajudar a explicar o sucesso de Jobs, Gates e Zuckerberg

Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg têm muito mais em comum do que o fato de comandarem impérios tecnológicos. Segundo um novo estudo conduzido por pesquisadores do Donald G. Costello College of Business, um traço neurológico compartilhado pelos três que pode ter influenciado diretamente em suas trajetórias de sucesso: todos são canhotos⁠.

A pesquisa, intitulada O enigma dos canhotos: evidências no campo da inovação corporativa”, sugere que a lateralidade esquerda — associada ao domínio do hemisfério direito do cérebro — não é apenas uma curiosidade biográfica, mas pode estar ligada a uma predisposição natural à inovação — uma característica frequentemente presente em líderes de alto impacto.

O estudo por trás da hipótese: como os pesquisadores chegaram a essa conclusão

cerebro

A investigação foi extensa. Mais de mil CEOs, à frente de 472 grandes companhias, foram analisados. A proposta era ousada: entender se o fato de um executivo ser canhoto influenciaria sua capacidade de conduzir a empresa de forma inovadora — algo mensurável por meio de indicadores como número de patentes, citações e retorno financeiro.

E o que encontraram foi uma correlação relevante. CEOs canhotos apresentaram desempenho superior nos quesitos ligados à inovação, com mais registros de patentes originais, citações acadêmicas e estratégias financeiras que se traduziram em resultados mais sólidos para os acionistas.

O processo decisório de um CEO é moldado por múltiplas camadas: formação, ambiente familiar, experiência de vida, e também características inatas, como a lateralidade”, explicou o professor Long Chen, um dos autores do levantamento.

Um método incomum, mas eficaz

Para determinar se cada CEO era destro, canhoto ou ambidestro, os pesquisadores adotaram um caminho curioso: analisaram fotos e vídeos dos executivos em atividades rotineiras. Escrita manual, uso de talheres, posição do relógio no pulso e até a postura ao jogar golfe foram observados com atenção.

Segundo o professor June Woo Park, coautor do estudo, em muitos casos foi possível identificar a preferência manual apenas com essas imagens. Quando não era o suficiente, o time entrava em contato direto com as empresas via e-mail ou telefone para confirmar a informação.

A amostra final trouxe um dado intrigante:

  • 91,4% dos CEOs eram destros
  • 7,9% canhotos
  • Apenas 0,7% ambidestros. 

Embora o grupo de canhotos fosse minoritário, o impacto que causavam nas empresas era altamente positivo.

Canhotos, inovação e retorno financeiro

A análise mostrou que empresas lideradas por canhotos se destacavam em métricas como retorno sobre ativos, rentabilidade para acionistas e eficiência nas decisões estratégicas, especialmente na hora de manter talentos e explorar novas frentes de negócio.

O desempenho dessas companhias é consistentemente superior”, destacou o professor Park.Investidores atentos ao perfil de liderança deveriam considerar o canhoto como um dos elementos de avaliação, especialmente em setores guiados por inovação.”

O rei da criatividade

Do ponto de vista neurológico, ser canhoto envolve mais do que usar a mão esquerda. Estudos sugerem que o cérebro de pessoas canhotas apresenta uma organização diferenciada, com implicações diretas na linguagem, criatividade e pensamento abstrato. Isso é explicado pelo domínio do hemisfério norte do cérebro, que implica maior envolvimento em atividades criativas.

Sistemas de inteligência artificial que analisam padrões cognitivos indicam que canhotos tendem a abordar problemas com perspectivas menos convencionais, característica valorizada em contextos onde soluções originais são diferenciais competitivos.

Por outro lado, o estudo também menciona que análises já indicaram que os canhotos também podem apresentar maior propensão a dificuldades de aprendizagem, como dislexia.

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