Franceses correm para as VPNs após bloqueio do Pornhub: demanda dispara em até 1.000%

O bloqueio do Pornhub e de outras plataformas de conteúdo adulto na França provocou uma corrida sem precedentes aos serviços de VPN. Com a medida, que integra uma nova legislação de verificação obrigatória de idade, o uso desses aplicativos disparou. Em alguns casos, o crescimento chegou a incríveis 1.000%.

A mudança de cenário é reflexo direto da decisão da Aylo, empresa controladora de sites como Pornhub, YouPorn e RedTube, que suspendeu o acesso às suas plataformas para usuários com endereços IP franceses. A justificativa? A nova exigência legal, que obriga os sites a validar a identidade dos visitantes por meio de documentos oficiais ou selfies processadas por IA, foi considerada um risco sério à privacidade.

Como resposta, milhares de usuários franceses passaram a recorrer às VPNs — redes privadas virtuais que permitem mascarar a localização real e acessar conteúdos como se estivessem em outro país.

Explosão na procura por VPNs: até 1.000% de aumento nos registros

5PM – PornHub blocks France from accessing its website

5.30PM – @ProtonVPN registrations increase by 1,000%

For context, this is more than when TikTok blocked Americans. pic.twitter.com/gVZynD5hPS

— Proton VPN (@ProtonVPN) June 4, 2025

A escalada no uso de VPNs foi praticamente instantânea. Segundo um comunicado da ProtonVPN, o número de registros na plataforma cresceu 1.000% desde o bloqueio do Pornhub. A empresa ainda destacou que o pico superou até mesmo o aumento observado durante o bloqueio do TikTok nos Estados Unidos.

Outros serviços também viram uma forte alta. A NordVPN, uma das líderes do mercado, reportou um crescimento de 170% em sua base de novos usuários na França.

O padrão é claro: para muitos franceses, usar uma VPN se tornou a alternativa mais simples para continuar acessando seus sites favoritos de conteúdo adulto — contornando assim a limitação imposta pela nova lei.

Como as VPNs estão ajudando usuários a driblar o bloqueio

Uma VPN (Virtual Private Network) cria uma conexão segura que redireciona o tráfego de internet por meio de servidores em outros países. Na prática, isso permite que o usuário francês, por exemplo, acesse o Pornhub como se estivesse navegando de outra região, onde o site continua operando normalmente.

O processo é relativamente simples e não requer conhecimentos técnicos avançados. Basta instalar o aplicativo da VPN, escolher um país de conexão e ativar o serviço. Essa facilidade explica em parte a adesão em massa registrada nos últimos dias.

Privacidade em jogo: proteção de menores ou ameaça à segurança digital?

No centro da polêmica, está um dilema sensível: como equilibrar a proteção de menores de idade com o respeito à privacidade dos cidadãos?

De um lado, a lei francesa busca impedir que crianças e adolescentes acessem conteúdos impróprios. Por outro, especialistas alertam que o sistema de verificação exigido — baseado no envio de documentos de identidade e selfies — cria riscos significativos de vazamentos e exposição de dados pessoais.

Críticos apontam que, em caso de uma eventual violação de segurança em plataformas como o Pornhub, milhões de identidades poderiam ser comprometidas, com graves consequências.

O alerta visual do Pornhub: “A liberdade não tem botão de desligar”

Quem tenta acessar o Pornhub hoje na França se depara com uma imagem simbólica. No lugar da página inicial, aparece uma ilustração de Marianne, a figura da República Francesa, segurando a bandeira em referência ao famoso quadro “A Liberdade Guiando o Povo” — mas vestida com roupas em tom de laranja.

A mensagem estampada ao lado reforça a posição da empresa: “La liberté n’a pas de bouton off” — ou seja, “A liberdade não tem botão de desligar”.

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