Bolsa perde fôlego e exige cautela de investidores, diz gestor

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O ambiente econômico brasileiro tem exigido uma postura mais cautelosa dos investidores. Em entrevista à BM&C News, o gestor da Bluemetrix, Renan Silva, afirmou que, diante de juros elevados, inflação volátil e ruídos fiscais persistentes, a melhor estratégia atual é a busca por proteção parcial, sem abandonar completamente a renda variável, mas com redução de exposição e foco em empresas com fundamentos sólidos. “Não é momento de ir com tudo para a bolsa, mas também não é hora de ficar 100% defensivo. A economia ainda precisa girar, mas o custo do capital subiu, e isso tem impactos diretos nas escolhas de alocação”, explicou.

Bolsa perde tração após alta acumulada

Silva lembrou que o Ibovespa atingiu os 140 mil pontos em 2024, o que representou um movimento de exaustão. A partir dali, o mercado começou a perder fôlego diante da forte concorrência do crédito privado. Segundo o gestor, emissões de títulos bancários e de empresas não financeiras vêm oferecendo prêmios elevados, atraindo o investidor institucional e reduzindo a atratividade da bolsa.

Estamos vendo empresas emitindo dívidas com taxas mais altas para captar, inclusive com garantias reais e estruturas robustas. Isso muda a dinâmica da preferência por risco no mercado”, disse.

Queda do dólar não tem impulsionado bolsa como antes

Outro ponto destacado por Renan Silva é a mudança no comportamento da correlação entre dólar e bolsa brasileira. Tradicionalmente, uma queda do dólar costumava beneficiar o Ibovespa. No entanto, mesmo com a recente valorização do real, impulsionada por uma emissão de US$ 3 bilhões em títulos (bonds) pelo Tesouro Nacional no exterior, o capital não foi para a bolsa — foi absorvido pelo mercado de juros.

Essa emissão ajudou a conter o câmbio, mas o recurso foi parar nos juros. Aquele cenário clássico de dólar caindo e bolsa subindo já não se repete como antes”, apontou Silva.

Proteção parcial e valorização do caixa

A estratégia atual da Bluemetrix tem sido manter posições em ações com bons fundamentos, mas com uma alocação reduzida. Parte relevante da carteira está hoje em caixa, o que, diante dos juros elevados no Brasil, se torna uma alternativa rentável e de baixo risco.

Hoje, o caixa é o R mais barato que existe. Ele rende bem, dá flexibilidade e permite aguardar melhores janelas de entrada na bolsa”, explicou o gestor.

Renan Silva acredita que o momento exige equilíbrio. Embora não seja um cenário para grandes apostas na renda variável, também não é hora de abandonar completamente os ativos de risco. O foco deve estar na análise criteriosa de fundamentos, na diversificação e em proteger parte do portfólio com ativos mais conservadores.

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