O papel da integração tecnológica na evolução dos produtos e serviços financeiros 

Integração tecnológica é estratégica para os negócios | Foto: Canva
Integração tecnológica é estratégica para os negócios | Foto: Canva

*Por Victor Papi, Diretor de Receita, Produto e Operações na Transfeera

A integração tecnológica no setor financeiro tem sido o motor de profundas transformações, impactando o comportamento dos consumidores, a oferta de produtos e a forma como as instituições operam. Essa evolução aprimora a eficiência dos processos, cria novas fontes de receita e impulsiona o desenvolvimento de soluções mais aderentes às necessidades do mercado. À medida que o Brasil e o mundo avançam rumo a uma digitalização cada vez maior, a integração tecnológica deixa de ser apenas uma tendência e se consolida como uma necessidade estratégica para a modernização e expansão sustentável da integração dos serviços financeiros.

O setor bancário vem sendo remodelado por inovações em uma velocidade sem precedentes. No Brasil, segundo dados do Banco Central referentes ao primeiro semestre de 2024, foram realizadas mais de 64,9 bilhões de transações digitais — um crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2023 — movimentando R$ 54,4 trilhões. Esse avanço é impulsionado por tecnologias como inteligência artificial (IA), big data, blockchain e open banking, que permitem aos bancos oferecer integração e serviços mais ágeis, personalizados e acessíveis.

A evolução das plataformas de pagamento e das carteiras digitais também desempenha um papel fundamental nessa integração. O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em 2020, é um exemplo emblemático de como a tecnologia pode revolucionar as transações financeiras, ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades de receita e aprimora a experiência dos usuários. Assim como o Brasil, outros países em desenvolvimento têm colhido os benefícios dessa digitalização acelerada. 

Entre as principais inovações que impactam o setor, destacam-se: 

1. Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning

A IA e o machine learning figuram entre as tecnologias mais promissoras para o futuro da integração dos serviços financeiros. Com capacidade para processar grandes volumes de dados e identificar padrões de comportamento, essas ferramentas viabilizam serviços personalizados, como concessão de crédito mais eficiente, recomendações de investimentos sob medida e detecção de fraudes em tempo real. Além disso, contribuem para a otimização operacional e o desenvolvimento ágil de integração e produtos financeiros.

2. Blockchain e Criptomoedas

O blockchain representa outra grande disrupção para o setor financeiro. Sua estrutura descentralizada e imutável garante maior segurança e transparência às transações, atributos essenciais em um ambiente cada vez mais digitalizado. No Brasil, o Banco Central estuda a criação de uma CBDC (Central Bank Digital Currency), o Drex, uma representação digital da moeda física utilizando a tecnologia de registro distribuído (DLT), que é similar à blockchain. A iniciativa tem potencial para transformar a forma de circulação do dinheiro no país, aumentando a eficiência, ampliando a segurança e promovendo a inclusão de brasileiros fora do sistema bancário tradicional.

3. Open Banking e Open Finance

O Open Banking surgiu para promover maior concorrência no setor e dar aos consumidores mais controle sobre seus dados financeiros. Desde 2021, com a implementação da iniciativa pelo Banco Central, os clientes podem compartilhar suas informações com diferentes instituições, visando acesso a produtos e integração em serviços mais personalizados.

Em 2023, o país avançou para o Open Finance, ampliando o escopo para incluir seguros, investimentos e previdência privada. Essa expansão fomenta a competitividade, incentiva a diversificação de produtos e impulsiona estratégias de crescimento de receita e eficiência operacional.

A integração tecnológica tem trazido benefícios expressivos para o Brasil, como a ampliação da inclusão financeira, a redução de custos operacionais e o acesso a novos produtos e serviços. No entanto, também impõe desafios, como a necessidade de fortalecer a segurança cibernética e criar regulações adequadas para novos setores, como o de blockchain.

Tecnologias emergentes, como IA, blockchain e Open Finance, não apenas remodelam a maneira como os serviços financeiros são consumidos, mas também constroem um mercado mais eficiente, competitivo e inclusivo, alinhado a estratégias de crescimento sustentável.

No setor financeiro, a inovação e integração contínua deve ser encarada como uma oportunidade para expandir a inclusão, aprimorar os serviços e aumentar a competitividade. Para que esses avanços sejam distribuídos de maneira equitativa e segura entre todos os cidadãos, é fundamental que a implementação de novas tecnologias venha acompanhada de regulamentação eficaz e investimentos robustos em segurança digital, garantindo o fortalecimento das operações e o surgimento de novos modelos de negócios.

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