Homem criou IA para trapacear em entrevistas técnicas. A Amazon denunciou — e a universidade o suspendeu

Um estudante de Ciência da Computação da Universidade de Columbia foi suspenso por criar uma inteligência artificial que ajuda candidatos a trapacearem em entrevistas de emprego técnicas. A ferramenta, chamada Interview Coder, foi usada inclusive para passar por processos seletivos de empresas como Amazon, Meta e TikTok.

A IA feita para enganar recrutadores

Chungin “Roy” Lee, de 21 anos, criou uma IA que responde perguntas técnicas durante entrevistas de emprego, principalmente desafios no estilo LeetCode. Ele usou a própria ferramenta em processos seletivos e conseguiu ofertas em grandes empresas de tecnologia. O projeto virou produto: hoje, sua startup cobra US$ 60 por mês pelo acesso à Interview Coder.

Segundo Lee, a ideia surgiu depois de sofrer para se preparar para entrevistas técnicas. Em entrevista ao Business Insider, ele afirmou: “O processo foi tão frustrante que me fez odiar programação”. Para ele, os testes não refletem o trabalho real de um programador.

i’m more offended that they thought they thought rescinded the offer would do anything lol; i’d never work here pic.twitter.com/RwP6cvXmGc

— Roy (@im_roy_lee) February 28, 2025

Gravações, exposição nas redes e a reação da Amazon

O problema não foi exatamente criar a ferramenta. O que causou a suspensão foi a forma como Lee divulgou tudo. Ele publicou vídeos mostrando o uso da IA em entrevistas reais — incluindo uma com a Amazon — e chegou a expor o processo disciplinar interno da universidade, contrariando regras que ele mesmo havia assinado.

Segundo o próprio estudante, um executivo da Amazon enviou uma carta à Universidade de Columbia pedindo providências e ameaçando cortar futuras contratações de alunos da instituição. A universidade respondeu com uma suspensão de um ano, válida até maio de 2026.

O jovem deve faturar milhões

Apesar da polêmica, a Interview Coder segue ativa. Antes mesmo da suspensão, Lee afirmou que sua startup estava no caminho para faturar até US$ 2 milhões por ano. Ele e o sócio continuam promovendo a ferramenta como uma forma “invisível” de passar pelas entrevistas técnicas mais difíceis.